Um capital humano dos mais baixos do mundo, um dos piores desempenhos na Educação, sobretudo na componente da qualidade, que está abaixo da média da SADC ou da África Subsariana, e um índice de fecundidade dos mais altos do mundo - a Estratégia de Longo Prazo Angola 2050, encomendada pelo Presidente da República, inclui um diagnóstico que traça o retrato de um País ainda por cumprir e a funcionar a duas velocidades, quadro que o Governo quer inverter com a aprovação, esta semana, em reunião dirigida pela vice-Presidente da República, Esperança da Costa, do Plano Operacional 2024 do Angola Capital Humano - ACH 2023-2037.
O plano propõe-se implementar sete programas operacionais designados programas de acção: ensino técnico-profissional, destinado a assegurar conhecimentos, competências e aprendizagens para valorizar o capital humano nacional; formação profissional, visando adequá-la às necessidades de desenvolvimento do País; formação graduada, destinada a capacitar quadros técnicos e superiores, em quantidade e qualidade; e formação pós-graduada, com o fito de formar capital humano altamente qualificado para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Diz o comunicado final da reunião que "a formação de professores, com o fito de assegurar a disponibilidade de professores em qualidade e quantidade adequados aos desafios do País; a formação em administração pública e municipal, destinada a torná-la mais eficiente na prestação de serviços ao cidadão; e a formação em empreendedorismo, destinada a contribuir para a promoção e desenvolvimento de um tecido empresarial capaz de potenciar o desenvolvimento do País, também fazem parte destes programas de acção.
As actividades estão distribuídas por três categorias: a realização de estudos; a elaboração e aprovação de diplomas legais; e a actividades de implementação no terreno.
Na mesma reunião foi igualmente aprovado o Plano de Comunicação do Angola Capital Humano - ACH 2023-2037, que se propõe, segundo o Governo, a mobilizar e envolver instituições públicas e privadas na materialização do ACH 2023-2037, orientar os investidores sobre as prioridades na formação do capital humano e melhorar a opinião pública sobre o perfil e qualidade do capital humano angolano.
Para tal, diz o comunicado, o plano tem como público alvo a sociedade global angolana, e "prevê o recurso à comunicação humanizada, relações públicas, comunicação digital e publicidade, bem como aos princípios e valores da pro-actividade, transparência, inovação e legalidade".
Como o Novo Jornal avançou em Maio do ano passado, Angola tem uma estratégia abrangente e de longo prazo, mandada elaborar pelo Presidente da República, João Lourenço. A agenda "Angola 2050", concluída em Fevereiro de 2023, já após a pandemia e tendo em conta o contexto do conflito armado entre Ucrânia e Rússia, envolveu "centenas de instituições nacionais e internacionais", mais de mil entrevistas com grupos de interesse, incluindo a sociedade civil, academia, sector privado, instituições governamentais - no plano central e provincial - e multilaterais.
O Governo liderado por João Lourenço, cujo mandato termina em 2027, elaborou um plano a 27 anos, ou seja, até 2050, porque, nas palavras do Presidente da República, só assim, é possível estabelecer metas e compromissos "com soluções que suplantem os ciclos de planeamento quinquenais e anuais, e avaliar objectivamente os resultados obtidos".
A abrir a "Estratégia de Longo Prazo Angola 2050", uma mensagem do Presidente expõe que a principal preocupação na preparação deste documento foi a procura de um consenso alargado e transversal "capaz de resistir ao teste do tempo e de corresponder às justas expectativas de todos os Angolanos, em particular às dos jovens".
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