No princípio do mês, dezenas de funcionários manifestaram-se em frente ao MINTTICS para exigir do Governo explicações e soluções, visto que a direcção da empresa não está a resolver o problema dos funcionários.

Os trabalhadores da Movicel garantem que a operadora já perdeu mais de 90% da sua base de clientes e que agora tem já várias lojas encerradas no País.

Entretanto, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário da Silva Oliveira, disse, à margem da 4.ª edição do maior evento internacional de tecnologias, comunicações e inovações promovido pelo Governo, o Angotic 2024, que o Governo está à procura de parceiros para "salvar" a Movicel da falência.

"Temos estado a trabalhar para que a Movicel ocupe o seu espaço no País. Porque é um activo importante. Estamos a procurar um parceiro que vai ajudar-nos a tirar a Movicel do marasmo em que se encontra", disse o ministro.

Segundo o ministro Mário da Silva Oliveira, nesse capítulo, o Governo já ultrapassou várias barreiras, "embora pareça que não".

"Já ultrapassámos várias barreiras do ponto de vista negocial, do tratamento das outras questões para que o parceiro se junte a nós e juntos possamos trabalhar para a Movicel ocupar o seu lugar. Até aqui, o que tem acontecido nas negociações nos satisfaz", assegurou o ministro, em declarações à TPA.

Ao Novo Jornal, vários funcionários da Movicel disseram que desde que entrou no mercado a quarta operadora de telefonia móvel, a Movicel perdeu a sua carteira de clientes por "má gestão da administração".

"Estamos agora no sexto mês sem salários. A Movicel está em decadência absoluta por conta da má gestão da administração, que nada tem feito para assegurar a operadora", contou um alto funcionário da empresa.

Outros funcionários disseram que o conselho de administração os tem ameaçado de despedimento, quando falam em fazer greve para exigirem da empresa os pagamentos dos salários em atraso.

Entretanto, os trabalhadores dizem também que muitos postos de venda da operadora, no País, assim como lojas, fecharam as portas por falta de material para trabalhar.

Face a isso, explicam, "a Movicel tem agora muitas dívidas de arrendamentos de imóveis e com os fornecedores".

Segundo o Jornal Expansão, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) tem negociações avançadas para entrada de um investidor sul-africano na empresa, mas têm de esperar que o MINTTICS se "retire" da solução, uma vez que, a liderança da administração é garantida pelo PCA da Angola Telecom e que apenas durante três meses em 2021, o INSS teve como PCA um quadro indicado por si, numa altura em que o sócio maior era o GAFP. Em termos práticos, quem decide hoje e faz a gestão corrente na companhia é o Ministério das Telecomunicações, via Angola Telecom, e não o Ministério do Trabalho, que por via do INSS detém a posição maioritária.