"É um relatório que contém inverdades sobre a real situação do País. Não há novidades neste discurso que os angolanos esperavam com muita expectativa", disse ao Novo Jornal o deputado do Grupo Parlamentar da UNITA, Joaquim Nafoia.

Segundo este parlamentar, o Presidente da República foi mais uma vez enganado pelo seu Executivo no que diz respeito à reabilitação das estradas nacionais e terciárias do País.

"Há dias passámos na estrada Benguela-Caluquembe, na província da Huila, que não oferece condições. Dizer o contrário é uma mentira", acrescentou o deputado, salientando que o Presidente da República não apresentou a sua visão sobre o País que os angolanos querem.

O deputado do PRS, Rui Malopa, referiu que os dados estatísticos apresentados pelo Chefe do Estado não têm reflexo na vida dos angolanos.

"Reduzir a taxa da pobreza e do desemprego nas famílias angolanas continua a ser uma tarefa difícil para o Executivo angolano. A situação agrava-se a cada dia que passa", acrescentou o deputado, salientando que o que foi dito pelo Presidente da República não tem novidades.

"Não há novidades sobre eleições autárquicas. O Presidente sempre disse que o assunto não depende dele. Foi uma comunicação à Nação que não agradou aos angolanos", disse.

O secretário-geral do Bloco Democrático (BD), Muata Sebastião, disse que as pessoas estão mais tristes por causa da crise económica e financeira que fustiga o País e o elevado nível de inflação, quando João Lourenço diz que o problema não poderá ser resolvido em pouco tempo.

"Dizer que Angola está no caminho certo não é justo", referiu o político, frisando que desde o primeiro mandato do actual Presidente da República o preço da cesta básica subiu e não está estabilizada.

O presidente da FNLA, Nimi-a-Nsimbi, disse que os jovens, na sua maioria, são economicamente vulneráveis e não estão preparados para empregos de qualidade.

"É preciso assegurar a solidez das políticas fiscais, monetárias e cambiais, aumentar a produtividade e crescimento e reforçar as instituições do mercado de trabalho. Isso vai ajudar ao desenvolvimento do País", referiu o político.

De acordo com o político, é triste ver angolanos a disputarem lixo nos contentores.

"É urgente o Executivo contornar esta situação", apelou.

O secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos, disse que ficou surpreendido com o discurso do Presidente da República, que apresenta perspectivas económicas animadoras no que diz respeito ao desenvolvimento do País.

"Um bom indicador da economia em Angola é o desempenho estável dos sectores petrolífero, agrícola, de telecomunicações, construção de infraestruturas, bolsas de estudo (...) e formação técnico profissional", apontou o líder juvenil do partido no poder.

O líder da JMPLA destacou a Agenda Nacional para o Emprego, que começou já a ser implementada, oficialmente, no País.

Na sua opinião, o instrumento resulta da necessidade de se estabelecer linhas orientadoras para a actuação dos diferentes actores públicos e privados no domínio do fomento ao emprego, com o objectivo de reduzir a taxa de desemprego na economia.