O hotel, que faz parte de um conjunto de três edifícios e conta com um prédio de mais de 20 andares, cujas obras foram retomadas em Janeiro de 2018 após dois anos de paralisação, é descrito como uma das maiores e mais imponentes unidades hoteleiras do País e estava na mão da Miramar Empreendimentos Lda, constituída em Março de 2007, por Patrícia Carla Muside Gomes de Almeida.

Patrícia Gomes de Almeida apresentou-se no 1º Cartório de Luanda enquanto mandatária das três empresas que viriam a deter o capital social da empresa: Sonangol SGPS - Sociedade Gestora de Participações Sociais Lda., Grupo Suninvest SARL, que tem como um dos sócios Ismael Diogo da Silva, e Namkwang Rainbow Company, SA, com sede no Panamá (Diário da República de 11 de Junho 2007 - III Série, nº 70).

Foto: CRÉDITO

O grupo Suninvest, que sofreu três alterações desde que foi criado, em 1996, por três sócios (José Antunes Neto Queiroz, Mário Leonel da Silveira Correia e Ranzi Ramuz Klink) foi transformado em 2013 numa Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada, já sob representação de Ismael Diogo, presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA).

Ismael Diogo esteve detido em 2018 por suspeita de crimes de burla por defraudação e corrupção activa, tendo sido libertado uma semana depois com termo de identidade e residência. Desde então, não foram tornados públicos quaisquer desenvolvimentos.

No decreto tornado público ontem, 28 de Outubro, a decisão do Presidente é justificada com o facto de a unidade hoteleira ter sido financiada com recursos integralmente públicos, através da Sonangol EP.

No Relatório e Contas da Sonangol referente a 2016, na rubrica "Investimentos em Imóveis em Curso", constava o montante de 74.675 milhões de Kwanzas para construção do Intercontinental - Hotel & Casino.