A epidemia que afecta esta país vizinho de Angola, com mais de 2.500 kms, já abrange 20 das suas 26 províncias, e se é no norte e leste que o problema surge mais agudo, a parte sul, sudeste e sudoeste também já tem milhares de casos registados, ameaçando directamente a fronteira com Angola.
Tal como a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Médicos Sem Fronteiras (MSF) relatam dificuldades logísticas para chegar às áreas mais recônditas devido à ausência de vias transitáveis e com um cenário a piorar dia após dia com a chegada do tempo das chuvas de maior intensidade.
Nos últimos nove meses os MSF referem que foram registados 58 mil casos suspeitos, apelando esta organização humanitária para uma mobilização geral tanto local como internacionalmente para interromper este crescimento que, recorde-se, também ocrre em Angola (ver links em baixo) há mais de um ano.
O alerta dos MSF resulta dos dados do Ministério da Saúde congolês e estes, como notam várias organizações internacionais, pecam claramente por defeito porque muitos não são declarados pelos infectados, que culturalmente resolvem este problema no seio familiar.
Esta epidemia "está entre as mais graves dos últimos 10 anos na RDC", advertem os MSF na sua página oficial e nas últimas semanas nota-se uma evolução geográfica mais acentuada da infecção que já provocou mais de 1700 mortos, num rácio de letalidade superior a 3%.
Algumas das razões para esta evolução dramática da cólera na RDC são, além dos conflitos, a inadequada rede de saneamento, o escasso acesso a água segura, as migrações forçadas, as chuvas intensas e as inundações...
Até agora as províncias mais afectadas são as do leste da RDC, como os Kivu Norte e Sul, mas também do outro lado do país, na região do Katanga, e nas regiões ribeirinhas do Rio Congo, que avança para sul em direcção a Angola, como o Equador e Kinshasa.