"Depois de um caminho longo marcado por chumbos no processo legal para transformar o PRA-JÁ Servir Angola em partido político, o Tribunal Constitucional cumpriu os pressupostos legais da Constituição", disse ao Novo Jornal o membro do PRA-JÁ Servir Angola Xavier Jaime.

"Daqui para diante mãos à obra", acrescentou sem entrar mais em detalhes.

Um outro membro também do PRA-JÁ Servir Angola, Américo Chivukuvuku, disse ao Novo Jornal que a direcção da organização só vai reagir à decisão do TC, quando terminarem as jornadas nas comunidades do Grupo Parlamentar da UNITA, que decorrem na província da Huila.

Sobre o futuro da FPU, que o PRA JA integra com a UNITA e com o Bloco Democrático, é um tema que não está , para já, em coma da mesa, e só mais tarde haverá uma análise a essa questão.

"O PRA-JA Servir Angola é parceiro da UNITA no âmbito da Frente Patriótica Unida (FPU), vamos em primeiro lugar dar prioridade às jornadas nas comunidades que decorrem na província da Huila, depois é que vamos fazer um pronunciamento oficial sobre o acórdão e as suas consequências", acrescentou Américo Chivukuvuku.

Refira-se que o processo de legalização do PRA-JA Servir Angola arrasta-se desde Agosto de 2019, com sucessivos "chumbos" do Tribunal Constitucional, alegando irregularidades na documentação apresentada para o efeito.

Em Setembro, a comissão instaladora do PRA-JA Servir Angola voltou a submeter ao Tribunal Constitucional um novo processo de legalização, com 8.000 assinaturas, mais 500 do que as exigidas por Lei.

Este projecto foi apresentado à sociedade angolana em 2019, por Abel Chivukuvuku, que foi membro da UNITA, até 2012, quando assumiu a liderança da CASA-CE, uma coligação de partidos políticos que concorreu às eleições daquele mesmo ano, e na qual permaneceu até 2019.

Com a legalização do PRA JÁ como partido, o que permite a Abel Chivukuvuku voltar a ser candidato à Presidência da República, algumas das notas que podem ser lidas nas redes sociais é que se essa for a opção, a vantagem será do MPLA porque tal vai dividir a oposição nas eleições de 2027.

O projecto político integra a Frente Patriótica Unida (FPU), uma plataforma criada nas eleições gerais de 2022, coordenada pelo líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, coadjuvado por Abel Chivukuvuku e pelo presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes.

O PRA-JA Servir Angola é o segundo partido legalizado este ano, depois do Partido Iniciativa de Cidadania para o Desenvolvimento de Angola, com o País a contar com 13 formações políticas legalizadas pelo tribunal constitucional.