"Os membros da III Reunião da Comissão Política do partido defendem a manutenção do presidente do nosso partido até ao fim do seu mandato em 2019", disse aos jornalistas Alcides Sakala.
A reunião encerra amanhã, dia 17, está neste momento em discussão o relatório do secretariado-geral do partido, com destaque para o balanço das eleições gerais de 23 de Agosto e a prestação de contas do partido.
Isaías Samakuva vem reafirmando a sua vontade de abandonar a liderança do maior partido da oposição, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político em Angola.
"Afirmei aos angolanos antes e durante a campanha eleitoral que depois das eleições deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente concorria a Presidente da República. Mantenho e reafirmo esta decisão", disse Isaías Samakuva.
Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos em Angola.
Para o líder do maior partido na oposição em Angola, o segundo mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, "é chegado o momento de se desencadear um novo processo conducente a materialização da sua decisão", propondo por isso a realização de um congresso extraordinário, mas a decisão dos membros da III Reunião da Comissão Política do partido foi contrária a essa pretensão.
"Queremos que o nosso líder termine o seu mandato em 2019", disse ao Novo Jornal Online, o membro Artur José.
Segundo este membro, o momento não é o indicado para a mudança da direcção.
Já os candidatos interessados à candidatura da presidência do partido mostraram-se conformados com a decisão.
"Isaías Samakuva pediu para deixar à presidência. Mas quem manda é a comissão política do partido, que defende que o presidente termine o mandato", disse o membro da UNITA, Paulo Neto.