Em declarações ao jornal americano New York Times, este fim-de-semana, Zénu dos Santos "evitou uma pergunta" sobre onde e quando é que queria que o seu pai fosse enterrado.

Numa declaração que intensifica a embaraçosa luta pelos restos mortais do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, José Filomeno dos Santos "Zenu" juntou-se à sua irmã Tchizé, afirmando que deve ser a família a decidir sobre o enterro do pai.

Conforme o Jornal New York Times, citado pelo site Angonotícias, as declarações de "Zénu" estão contidas numa longa reportagem do influente diário americano intitulada "Morto mas não enterrado, corpo do ex-Presidente provoca luta em dois continentes".

"O meu pai foi extremamente humilhado quando regressou pela primeira vez a Angola, algo que fez contra a nossa opinião e conselho, convencido que o Presidente João Lourenço queria alcançar uma reconciliação sincera", disse o filho do antigo Presidente, que declarou recentemente não ter podido deslocar-se a Barcelona porque o seu passaporte foi confiscado pelas autoridades enquanto aguarda o recurso da sua condenação.

A transladação do corpo de José Eduardo dos Santos aguarda por uma decisão de um tribunal espanhol mas em declarações ao New York Times um juiz que analisa o caso indicou que o corpo deverá ser entregue à família.

O ex-Presidente de República, José Eduardo dos Santos, morreu no passado dia 8, em Barcelona, Espanha, por doença, aos 79 anos.

José Eduardo dos Santos foi Presidente da República entre 1979 a 2017. Nasceu a 28 de Agosto 1942, em Luanda, e ingressou na vida política em 1958.