Segundo os funcionários dos quatro hotéis, que se queixam de "actos racistas", a actual gestão tem promovido um "ambiente de terror".

O Novo Jornal constatou que a greve nas quatro unidades hoteleiras é uma realidade, apesar dos grevistas acautelarem os serviços mínimos em cumprimento da Lei da Greve.

Os funcionários não reclamam aumentos nem se queixam de atrasos salarial, querem "apenas ser respeitados" pela entidade patronal.

Segundo os grevistas, há perseguição e várias discriminações raciais nas quatro unidades hoteleiras.

Conforme os funcionários, várias foram as vezes que tentaram dialogar com a direcção do grupo, mas nunca mereceram atenção.

"Chamam-nos nomes, revistam-nos de forma desrespeitosa. Mandam-nos mudar sem necessidade e chamam-nos pretos", acusam os funcionários ouvidos pelo Novo Jornal.

Paulo Pedro, secretário para organização do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Comércio, Hotelaria e Turismo de Angola, explicou que a greve é legal e que foram esgotadas todas a formas de diálogo.

Segundo este sindicalista, a TD Hotels tem há dois anos uma nova direcção em funções e "esta direcção tem feito vida cara aos funcionários".

"Têm maltratado os trabalhadores, daí o sindicato ter feito uma carta a direcção da TD Hotels e da Teixeira Duarte, que não aceitaram recepcionar", conta.

Segundo o sindicato, como em Angola não houve diálogo nem atenção da TD Hotels, escreveram para a Teixeira Duarte em Lisboa-Portugal, que lhes respondeu não ter competência para dialogar.

Em função da resposta de Lisboa e do silêncio do grupo em Luanda, os funcionários das quatros unidades hoteleira decidiram convocar uma assembleia de trabalhadores que deliberou a greve.

Os funcionários exigem a substituição imediata da actual administração do grupo TD Hotels e as exonerações dos directores dos hotéis Trópico e Alvalade.

Entre as queixas do caderno reivindicativo a que o Novo Jornal teve acesso, estão casos de discriminação, sobrecarga de trabalho, cortes orçamentais, instauração de processos disciplinares arbitrários e despedimentos sem justa causa, o que tem gerado um clima de medo e insegurança nas quatro unidades hoteleiras.

Sobre o assunto o Novo Jornal procurou ouvir a versão do grupo TD Hotels, mas sem sucesso.

Segundo os funcionários, a greve só será suspensa caso haja pronunciamento e demonstração de diálogo entre a administração dos hotéis e o sindicato.