A história chegou ao conhecimento do Novo Jornal Online quando três jovens moradores do bairro Sete e Meio foram encontrados nesta terça-feira, pelos vizinhos e amigos, a comerem massa com a carne de gato assado.

Maria Zulu, moradora no mesmo bairro, deu conta de que estavam a ser consumidos gatos na zona quando, na terça-feira, encontrou a cabeça de um gato no seu balde do lixo, o que não a surpreendeu por completo, porque já tinha ouvido dizer muitas vezes que esta era uma prática recorrente por aqueles lados.

Ouvindo estes relatos, o Novo Jornal foi em busca do local onde a carne era assada. E encontrou.

Um dos jovens lembrou, exigindo apenas que não fossem tiradas fotografias, que já comia carne de gato há muito tempo por intermédio do seu tio, mas não sabia que a carne era de gato. Quando descobriu, não se importou e, como gostava do sabor da carne, juntou uns amigos e dedicou-se a caçar estes animais para a... grelha.

"O meu tio, às vezes, levava para casa a carne já preparada... só que eu não sabia que era de gato, mas quando me apercebi, falei com os meus amigos para caçarmos gatos para comer. Eles concordaram, porque também gostavam desta carne", explicou.

Este jovem garante mesmo que, quase sem excepção, todos os meses fazem este pitéu na grelha, que é acompanhado, normalmente, com massa cozida.

De acordo com João Pedro, nome fictício, o horário preferido para a caça dos animais tem sido por volta da meia-noite, garante que já comeram gatos dos vizinhos, mas, para evitar problemas, preferem os vadios.

"Quando os apanhamos, metemos no saco e damos-lhes pontapés até ficarem como mortos e, depois, cortamos-lhes o pescoço e vão directamente para a panela de água quente para serem depilados e aproveitarmos a carne", contou o jovem num resumo de uma caçada.

Quanto ao preparo, João disse que o grupo já tem um "cozinheiro engenhoso" para colocar o gato na grelha e "sair de lá bem passado que nem um franguité feito por um mamadú".

Segundo Filipe da Silva, morador deste bairro, quando o Novo Jornal Online lhe pediu um comentário a esta prática gastronómica, franziu o sobrolho e disse apenas que isso há muito que o não surpreende, porque já assistiu a muitas correrias dos jovens atrás dos gatos para os "transformarem em franguité".

"Aqui acontece muito. Os que praticam mais essas coisas são os vizinhos que já têm uma idade avançada, que estão constantemente embriagados e influenciam os mais pequenos do bairro para seguirem nestas práticas", descreveu.