A informação foi avançada pelo porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), superintendente Manuel Halaiwa, que deu a conhecer que os pescadores foram encontrados com 70 bidões de 25 litros de gasolina cada.

"De acordo com as coordenadas dos seus patrões, a actividade de pesca deveria ser feita na parte sul a partir da zona dos Ramiros/Barra do Kwanza até Porto Amboim (Kwanza Sul), mas os cidadãos dirigiram-se ao norte da costa até o Ambriz", disse Manuel Halaiwa em declarações à Angop, acrescentando que "existem algumas inverdades nas informações iniciais dos pescadores".

Segundo o porta-voz, suspeita-se que os sete homens simularam o seu desaparecimento e a falta de combustível para justificar o tempo de permanência em alto mar, estando actualmente a decorrer os trâmites legais de investigação para se apurarem os factos.

Esta informação vem confirmar o que o Novo Jornal já havia avançado no dia 04, quando questionou uma das fontes do SIC sobre se havia desconfiança de contrabando de combustível por parte dos pescadores, que afirmou que sim, mas assegurou que só a investigação em curso poderia sustentar ou descartar essa hipótese.

As fontes avançaram ao Novo Jornal, um dia depois do resgate, que os pescadores não apresentaram sinais de fadiga, como contaram na altura à Rádio Luanda, e quando se tentava fazer o salvamento, as indicações dadas por eles não permitiram que se localizasse a embarcação.

"Há muitas informações que não batem certo. Por exemplo, nenhum familiar dos sete pescadores apresentou queixa durante os dias de buscas e o facto de darem a localização, mas não se conseguir chegar à embarcação e outros factores mais...", disse a fonte, acrescentando que, sobre os mesmos, havia fortes suspeitas de que comercializam peixe a embarcações estrangeiras que operam ilegalmente nos mares de Angola.

Em declarações à imprensa, um dos pescadores disse que todos mantinham comunicação com a família via telefone e por essa razão os familiares não fizeram nenhuma pressão ou queixa às autoridades.

Ao Novo Jornal, o subcomissário Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional e da recém-criada Comissão de Multissectorial de Crise para o Resgate de Embarcações, disse que o barco navegou até à costa de Luanda como se nada passasse.

"Eles navegaram até à costa da Ilha de Luanda, localizados pelas nossas forças mistas. Foram recebidos pela equipa médica da Polícia Fiscal e o barco navegou por meios próprios", contou o porta-voz da PN.

Conforme Mateus Rodrigues, desde o grito de socorro lançado à imprensa, as autoridades criaram uma força envolvendo a Marinha de Guerra, a Polícia de Guarda Fronteira, a Força Área Nacional, o CISP, a Polícia Fiscal e a Capitania do Porto de Luanda no sentido de esclarecer os factos.

No entanto, na quinta-feira, 03, foi possível localizá-los e trazê-los até terra firme.

A embarcação em causa navegou até ao território de Luanda com os sete pescadores a bordo e com vida, reforçou este oficial comissário.

De recordar que a embarcação com os sete pescadores partiu para o mar no dia 22 de Outubro e apenas foi dada como desaparecida no dia 29, e apenas esta quinta-feira,03, foi encontrada. Os sete pescadores já se encontram no convívio familiar.