Segundo a fonte da PGR, não se trata de um processo-crime, mas sim de averiguação, tanto no caso dos desvios milionários no INAGBE como do "caso mixa", trazido a público pelo semanário Novo Jornal, nas últimas duas semanas.
"Em função dos factos estão abertos processos de averiguação junto das áreas vocacionados para aferir. Porque, na verdade, não deve a PGR ignorar um assunto levantado pelo próprio Tribunal de Contas, e de uma matéria de capa de um dos principais jornais do país", disse a fonte.
Conforme a fonte, é preciso saber se há substância nas acusações e denúncias, na verdade, e se haverá ou não crimes. Porque existem muitos casos que se reportam, que, do ponto de vista criminal, não têm relevância e não dão processos-crimes", revelou.
A fonte assegurou que a PGR vai trabalhar junto dos outros órgãos, como a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) e o Tribunal de Contas, para ver se os dados estão de acordo ou não.
"Os órgãos afins não se podem fechar em copa. Ainda que sejam "boatos", é necessário que haja uma acção, daí a PGR averiguar", salientou a fonte, que solicitou anonimato.
Segundo a mesma fonte, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Gróz, tem chamado a atenção das diversas áreas da PGR para não ignorarem determinados assuntos.
Importa lembrar que, no INAGBE, uma auditoria interna do Tribunal de Contas levantou suspeitas de desvios de mais de 20 mil milhões de kz, valor muito superior ao do "caso 7 mil milhões da AGT".
Já o Novo Jornal, na sua edição semanal, revela uma teia da corrupção que actualmente coordena um esquema há muito enraizado no Ministério do Ambiente.
O Novo Jornal divulga que há anos que existe um esquema na atribuição de licenças ambientais e de resíduos, na elaboração de estudos de impactos ambientais, na selecção das consultoras ambientais, na negociação e pagamento de multas em benefício próprio e em prejuízo do Estado.