Os recrutas temiam que fossem obrigados a repetir o curso, depois do escândalo que rebentou em Novembro do ano passado, após a suspensão da formação pelo Ministério do Interior (MININT).
Esta quarta-feira,16, o ministro Manuel Homem, durante uma interacção com internautas, afirmou que os seleccionados, neste caso mais de 3.000 recrutas, "vão apenas concluir a formação e ser postos a trabalhar".
Entretanto, o Novo Jornal soube que estes recrutas estavam já no fim do curso, que estava previsto para 28 de Novembro de 2024, o que não aconteceu, mas foram chamados este mês e estão agora ensaiar as técnicas para o encerramento, que se prevê ser ainda este mês.
Porém, os recrutas excluídos continuam a reivindicar por justiça do MININT, assegurando que não lhes foi dada a oportunidade de reclamação depois da exclusão.
O ministro do Interior, Manuel Homem, assegurou em Fevereiro, em Benguela, que mais de 2.000 recrutas não reuniam os requisitos exigidos por lei e foram excluídos.
Em declarações à imprensa no mês de Janeiro, aquando da visita à direcção do SME, o ministro do Interior referiu que tão logo os resultados dos candidatos inscritos fossem divulgados, os cidadãos que se considerassem injustiçados poderiam recorrer, conforme previsto na lei, mas segundo os candidatos tal não aconteceu, daí continuarem a reclamar.
O Novo Jornal apurou que após o MININT ordenar a realização de novo cadastramento, muitos candidatos que alegadamente entraram pela "porta do cavalo" desistiram.
A "peneira" ao processo dos recrutas foi feita "à lupa" por uma comissão do SME, coadjuvada por elementos do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE).
Foram detectadas no processo várias adulterações de idades e formandos com ficha criminal activa.
O Novo Jornal apurou e noticiou em Novembro que vários candidatos não tinham sequer perfil para o curso.
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