A falta de água nestes seis municípios de Luanda está a obrigar muitas famílias a percorrer longas distâncias para conseguir ter um recipiente cheio, e muitos estão a recorrer a camiões, cisternas e à compra de água filtrada.

A Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) diz que essa rotura fez com que algumas zonas ficassem sem o fornecimento de água, e que o problema foi detectado esta quarta-feira, 17, pelos técnicos da EPAL.

Ao Novo Jornal, os munícipes dizem que estão há 20 dias sem água e há zonas em que os populares dizem que a água deixou de correr nas torneiras há um mês ou ainda há mais tempo.

Como alternativa, muitas famílias estão a optar por adquirir a água nos postos de venda de água filtrada e nos camiões-cisterna, cuja qualidade é questionada.

Nos municípios do Cazenga e do Hoji Ya Henda, assim como em alguns bairros do município do Rangel e de Cacuaco, a população está a percorrer longas distâncias para conseguir ter um recipiente cheio.

Para aumentar a preocupação das famílias, nestes bairros as "kupapatas" estão a comercializar um bidão de 25 litros a 250 kwanzas, quando antes custava 50 kz.

"Estamos a viver uma situação muito critica, estamos a fazer os possíveis para conseguimos água. Não se percebe como em véspera do Natal e do fim do ano não há águas nas torneiras", desabafou o munícipe Ferreira Guito, cujo pensamento é partilhado por Manuel Fernandes e Afonso Lucas.

Várias famílias dizem ter já as contas apertadas e lamentam terem de desembolsar alguns kwanzas para a compra de água.

Entretanto, o Novo Jornal também constatou a falta de água na vizinha província do Icolo e Bengo, concretamente nas zonas dos Zangos e da Centralidade do Zango 8.000.

A empresa responsável pela produção, distribuição, redes e comercialização de água na província de Luanda, EPAL, assegurou ao Novo Jornal que para Luanda o problema está na rotura da ETA de Kifangondo, admitindo também restrições no fornecimento de água ao Icolo e Bengo.

Bernardino Ngola, director interino do gabinete de comunicação marketing e relações institucionais da EPAL, disse ao Novo Jornal, esta quinta-feira,18, que a EPAL teve de parar o sistema de abastecimento no sentido de intervir.

Segundo este responsável, registou-se, no dia 17, uma rotura na conduta de diâmetro nominal DN 1200 milímetros no sistema 2, adstrito à Estação de Tratamento de Água de Kifangondo, mas que decorrem trabalhos de reparação da canalização.

Conforme Bernardino Ngola, esta rotura fazia com que a conduta deixasse de ter a sua pressão normal, uma situação que não permitia que a água chegasse a zonas como as dos seis municípios já descritos.

Quando ao Icolo e Bengo, a EPAL diz que devido ao aumento significativo da turvação da água na zona de captação da ETA de Calumbo, registada recentemente, foi necessário reduzir temporariamente a produção de água potável nesta estação.

Como consequência, os distritos urbanos do Zangos e da Centralidade do Zango 5, estão com restrições no abastecimento de água, diz a EPAL,.

Entretanto, a EPAL solicita a compreensão dos seus clientes das zonas afectadas pelos transtornos causados, comprometendo-se a normalizar o abastecimento de água.