Não se sabe em que esquadra policial se encontra o sindicalista, um dos rostos dos protestos que visam forçar a entidade empregadora a satisfazer quatro exigências do caderno reivindicativo, mas é ponto assente que dezenas de colegas exigem que a Polícia prenda outros grevistas.
Em breves declarações ao NJ, há instantes, o porta-voz da Comissão Sindical, Bráulio Firmino, disse que cerca de trinta trabalhadores procuravam chegar à esquadra, num gesto de solidariedade e continuidade das reclamações.
"Todos nós estamos em greve, não entendemos como a ministra orientou apenas a detenção de uma pessoa. A Polícia terá de nos prender também", disse o porta-voz.
É a segunda vez que o primeiro-secretário é detido em pleno período de reivindicações que têm como base um caderno reivindicativo com catorze pontos, em negociações há três anos.
Na última semana, Bráulio Firmino disse que a Comissão Sindical tinha abdicado de dez exigências, mas lamentou o facto de o Ministério das Pescas e Recursos Marinhos ter manifestado incapacidade para dar resposta a quatro pontos.
Um destes pontos, conforme sublinhou, é a distribuição, mensalmente, de uma caixa de peixe para cada um dos 600 funcionários, tal como vinha acontecendo desde 2001, com a ministra Fátima Jardim.
"O Ministério tem as suas próprias embarcações, estão a operar, tem empresa de distribuição de pescado, julgamos que falta apenas vontade política", ressaltou.
Seguro de saúde, cartões de compras e resolução da situação laboral de colaboradora são as outras exigências que continuam intactas.
A propósito da detenção de Henrique Chissingui, o Novo Jornal questionou o Gabinete de Comunicação e Imprensa do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, mas não obteve qualquer resposta.
O director de Informação do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa, ainda alheio ao sucedido, prometeu recolher dados, mas avisou que "ministra nenhuma tem competências para ordenar a detenção de quem quer que seja".