O que liga um farol com 120 anos de existência ao nosso País? O que liga o Farol da Ferraria, na ilha de São Miguel, nos Açores, a Angola? Uma figura, um nacionalista, um líder religioso, um angolano. O seu nome? Simão Gonçalves Toco. Em 1963, as autoridades coloniais portuguesas, conhecedoras da capacidade de mobilização, influência e prestígio do profeta junto das populações angolanas, decidem enviá-lo com a família (esposa, filhas e um sobrinho) para um exílio forçado na Ilha de São Miguel, nos Açores (Portugal).

Simão Toco permaneceu em Portugal durante 11 anos (1963-1974) e trabalhou como assistente de faroleiro no conhecido Farol da Ferraria, localizado na localidade de Ginetes. Os acontecimentos de 25 de Abril de 1974 e a consequente queda do regime salazarista em Portugal tiveram influência na sua libertação, e a 31 de Agosto do mesmo ano, o "Mayomona" (nome pelo qual Simão Toco é tratado entre os seus fiéis seguidores) é, finalmente, autorizado a regressar ao seu País (Angola).

Durante o período em que esteve no Farol da Ferraria, Simão Toco não esmoreceu no seguimento da sua missão de fé, na independência de Angola e libertação dos angolanos do jugo colonial, tendo organizado uma interessante e eficiente rede de comunicação que lhe terá permitido enviar milhares de cartas aos membros da Igreja Tocoísta em Angola, firmando laços que lhe permitiriam estar activo e manter viva a liderança deste movimento religioso nacional.

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