Este documento mantém o continente africano como aquele onde mais pessoas vivem com fome, cerca de 20% dos seus, aproximadamente, 1,3 mil milhões de habitantes, o que dá em números redondos cerca de 250 milhões do total de 700 milhões em todo o mundo.
O documento estima que as pessoas com fome no Planeta Terra sejam entre 713 milhões e 757 milhões, o que, se a estimativa partir da média destes valores, mais 150 milhões que em 2019, o que expõe à evidência que as grandes instituições mundiais e as maiores potências globais não estão interessadas em acabar com a fome que abrange cerca de um em cada 11 dos oito mil milhões de pessoas que habitam o Planeta.
Denominado "O Estado da Segurança Alimentar no Mundo 2024", da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o relatório aponta para factos já conhecidos, como este problema ter crescido durante a pandemia da Covid-19, expondo a falta de medidas e de empenho global para debelar um prolema que pode acabar de um momento para o outro se existir solidariedade.
O lema deste documento é: "Financiamento para acabar com a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de subnutrição", o que é, só por si, um claro recado para quem ignora os milhões de pessoas que passam fome, apesar dos biliões gastos anualmente em armas ou outras formas de esbanjamento quando em comparação com a emergência da subnuturição.
Logo a seguir a África com a maior percentagem de pessoas com fome 20,4%, e onde mais cresce anualmente o número de afectados, na Ásia (8,1%), o segundo mais afectado em percentagem mas ainda o que mais pessoas sofrem com o problema, manteve-se sem alterações, mas na América Latina (6,2%), os progressos no combate a este flagelo são considerados "notáveis".
Face a estes dados fica claro que em breve a Ásia deixará de ser o continente com mais pessoas com fome, passando esse estatuto a pertencer a África a partir, prevê-se no documento, de 2030.