Segundo o despacho de arquivamento 185/2024-MP, do processo 70780/22-PGR e 12898/2022 - DCCO, do Ministério público, a que o Novo Jornal deve acesso, não há nos autos provas indiciárias para acusá-lo.
Conforme o despacho, que não faz menção dos crimes como calúnia e difamação, ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, deve promover-se a soltura dos arguidos Jelson Emanuel Quintas "Man Genas" e outro identificado como Abel José Joaquim.
Em declarações esta manhã ao Novo Jornal, o advogado de Jelson Emanuel Quintas "Man Genas, Francisco Muteka, confirmou o despacho de arquivamento do Ministério Público, assegurando que receberam tal documento na semana passada.
Segundo este advogado, a decisão do MP é justa e acertada e assegura que na sequência deste despacho irá requerer a emissão imediata da soltura do seu cliente.
"Isso só mostra que as autoridades tiveram pressa de prender o Man Genas sem fazerem as devidas investigações. Man Genas deve voltar ao convívio dos seus familiares", afirmou o advogado.
"Man Genas", que já cumprira pena de prisão por tráfico de drogas, denunciou nas redes sociais o suposto envolvimento de altas figuras da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC) em redes de narcotráfico, em Fevereiro de 2023, e fugiu para Moçambique de onde acabou por ser deportado para Luanda na companhia da mulher e dos filhos.
O SIC garantiu à imprensa, após a detenção de Man Genas, em Luanda, que investigou as denúncias feitas em Janeiro do ano passado pelo arguido nas redes sociais, que acusou altas patentes da Polícia Nacional, Forças Armadas Angolana (FAA) de estarem ligadas ao narcotráfico, e concluiu que são infundadas.
Segundo o SIC, tudo quanto "Man Gena" denunciou na internet não está comprovado, aconselhando o denunciante a apresentar provas das acusações do que delatou.
"Em razão da matéria, o SIC levantou e despoletou um conjunto de investigação e não conseguiu apurar os dados apresentados na denúncia. Agora que está presente às autoridades judiciárias angolanas, o denunciante tem a soberba oportunidade de ajudar as autoridades a provar os factos", referiu aos jornalistas o porta-voz do SIC-geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa.