O processo, feito à "lupa" por uma comissão do SME, coadjuvada por elementos do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), levou à desistência de muitos recrutas que apresentaram documentação falsa no acto da formalização do processo de ingresso.
Durante duas semanas, a "peneira" dos 5.000 instruendos que há seis meses estavam em formação na Escola Nacional de Migração (ENAMI), em Luanda, que a quatro dias do seu término foi suspensa, detectou um elevado número de candidatos sem perfil para o SME e para os demais órgãos do Ministério do Interior (MININT).
Foram igualmente detectatas fichas criminais activas de instruendos que estiveram em formação neste órgão castrense há seis meses.
Fontes do Novo Jornal junto do processo asseguram que esses formandos, desistentes, são os que supostamente entraram pela porta do "cavalo" no polémico curso suspenso.
Conforme as fontes, foram detectadas no recadastramento várias adulterações de idades.
Ao Novo Jornal alguns recrutas asseguraram que a comissão inspectiva não teve piedade dos "sem perfil", que "foram de facto humilhados".
Os 5.000 instruendos que viram o curso suspenso a quatro dias do seu término ficam agora a aguardar pela afixação das listas definitivas deste novo processo.
A direcção do SME salienta que "todo aquele formando que está consciente de que preenche os requisitos de ingresso, deve ficar calmo".
Entretanto, o novo ministro do Interior, Manuel Homem, assegurou, aquando da sua visita às instalações centrais do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que o processo de recadastramento, à "lupa", vai estender-se aos demais órgãos do MININT que recentemente iniciaram processos de recrutamento de efectivos.
Segundo Manuel Homem, esses processos vão ser reavaliados porque há suspeita de efectivos com condutas duvidosas que não merecem estar nestes órgãos.