Cyril Ramaphosa, antes de iniciar um périplo por quatro países africanos, ainda em Joanesburgo, disse lamentar que alguns países do continente - Angola e Ruanda estão nesse lote - tenham imitado os países ocidentais que suspenderam as ligações aéreas com a África do Sul, Botsuana, Moçambique, Zimbabué e, entre outros Namíbia, "sem que exista uma justificação científica para isso".
Já no interior do avião que o vai levar à Nigéria, Senegal, Gana e Costa do Marfim, Ramaphosa, citado pela imprensa internacional, atirou: "Lamento que países afrcianos, como os antigos colonizadores, tenham aderido a medidas restritivas sem que exista qualquer sustenteação científica para tal".
Apelando ao diálogo como forma de lidar com estas questões, o também chefe do Executivo sul-africano, acrescentou que teria preferido que os países do continente que o fizeram, "não se tivessem comportado como os antigos coloniadores e irem, apressadamente, fechar as fronteiras e suspender voos para isolar outros países africanos".
Esta reacção de Ramaphosa é a sua resposta à catadupa de restrições impostas por dezenas de países aos países da África Austral com fronteiras com a África do Sul e o Botsuana por ter sido nestes dois países que foi detectada a variante Omicron, embora não existam certezas onde esta teve origem.
Neste lote de países estão a União Europeia, os EUA, Reino Unido, Japão, Brasil, Austrália, entre muitos outros, incluindo Angola e Ruanda.
Como o Novo Jornal noticia aqui e aqui, a reacção a estas restrições foi imediata e severa por parte de diversos lideres africanos, fundamentalmente porque a Ómicron, de acordo com os dados existentes e reconhecidos pela OMS-ONU, não apresenta riscos acrescidos aos que se conhecem da Delta, a variante que tomou o mundo desde há vários meses.