"Vamos lançar uma campanha de conscientização no seio dos taxistas sobre a importância de seguir as rotas estipuladas e evitar a especulação de preços. Quem não cumprir vai ser responsabilizado criminalmente", disse o presidente da Nova Aliança dos Taxistas de Angola (Anata), Francisco Paciente.
"Os trajectos também estão mais curtos, e o transporte que se fazia numa viagem obriga agora à utilização de vários táxis. Por isso, estamos a apelar aos taxistas para cumprirem a ordem", acrescentou Francisco Paciente.
O encurtamento das rotas está a causar grande insatisfação entre os usuários devido aos custos adicionais e à necessidade de múltiplos táxis para chegar aos destinos.
A Polícia Nacional avisou que as autoridades vão endurecer o controlo aos taxistas, por se estar a registar um desrespeito às regras, desde que foi anunciado o aumento do preço de táxi.
Segundo a Polícia, os taxistas incumpridores serão julgados sumariamente, multados e verão as suas viaturas apreendidas.
Para os taxistas, a culpa do preço não é deles, pois as medidas que o Executivo tem vindo a tomar, sobretudo com o aumento do preço de combustíveis, estão na base deste transtorno.
Os pontos periféricos de Luanda como Zango, Kicolo, Viana e Golf, Benfica Cacuco e Kilamba, são os que mais sofreram com esta alteração.
"Nem a polícia de trânsito espalhada por várias vias da cidade consegue travar a atitude dos azuis e brancos que fazem linhas curtas", queixam-se os usuários do táxi que manifestaram a sua tristeza face ao comportamento das autoridades que têm a missão de fiscalizar.
"Os taxistas justificam a subida do táxi devido ao reajuste que os combustíveis sofreram. As autoridades não dizem nada e nós, os cidadãos, é que pagamos por isso", disse ao Novo Jornal o funcionário público, Helder Kiala, que vive no GOLF II e que diariamente gasta 1.500 Kwanzas com o táxi.
Segundo ele, desde que a corrida de táxi, numa distância de até 16 quilómetros, passou a custar 200 kwanzas, ninguém cumpre esta orientação.
A vida dos habitantes da capital piorou desde que a tarifa dos transportes públicos colectivos de passageiros (autocarros) passou, em todas as rotas da província de Luanda, para 150 kwanzas, numa extensão mínima de 20 quilómetros.
"O que ganhamos não chega para enfrentarmos o aumento da tarifa dos transportes públicos e dos taxistas. Eles (os taxistas), já não podem encurtar distancias", reclamou um outro funcionário, Carlos Puaty, também morador do GOLF II.
Refira-se que a corrida de táxi, numa distância de até 16 quilómetros, está a custar 200 kwanzas, segundo uma nota da Agência Nacional dos Transportes Terrestres.
A tarifa dos transportes públicos colectivos de passageiros (autocarros) passou, em todas as rotas da província de Luanda, para 150 kwanzas, numa extensão mínima de 20 quilómetros.
"Após auscultação das associações de taxistas e cooperativas de táxis da província de Luanda, determina-se que a tarifa dos táxis colectivos, a ser praticada em todas as rotas, numa extensão de até 16 quilómetros, passe a custar, a cada passageiro, o valor de 200 kwanzas", lê-se no documento.
A Agência Nacional dos Transportes Terrestres dá a conhecer que foram, igualmente, auscultadas as associações de operadores de transportes rodoviários de passageiros de Luanda, tendo-se decidido que a tarifa dos transportes públicos colectivos urbanos rodoviários, em todas as rotas da província de Luanda, passasse a custar, por passageiro, 150 kwanzas, numa extensão mínima de 20 quilómetros.
A alteração dos preços, segundo o documento, surge nos termos do Decreto Executivo Conjunto número 402/14, de 22 de Dezembro, que estabelece as Regras e Procedimentos para a Formação da Tarifa dos Transportes de Aluguer Colectivo de Passageiros por percurso, conjugado com o Decreto Presidencial nº 128/10, de 10 de Junho, que aprova o Regulamento de Transportes Rodoviários Ocasionais de Passageiros.
De recordar que a corrida de táxi custava 150 kwanzas e o bilhete de autocarro custava 50 kz.