Em diversos bairros de Luanda há já escassez de água e muitos são os cidadãos que sentem a aflição do efeito da paralisação dos funcionários da EPAL, como é o caso dos bairros Tala-Hady, no Cazenga, Rangel, Zango 1,2 e 3, assim como o projecto 8.000 e outros.
A entidade empregadora assegura que está a negociar com a comissão sindical, que as condições de trabalho exigidas estão a ser atendidas de forma paulatina, mas que tudo depende da disponibilidade financeira da empresa.
Os grevistas dizem que se recusam a trabalhar devido às condições desumanas a que estão sujeitos no dia-dia.
"Não temos sequer luvas e máscara para trabalhar, e por vezes trabalhamos como homens primitivos em pleno século XXI, fazendo buracos e muito mais", relatam.
Ao Novo Jornal, António Martins, secretário da comissão sindical da EPAL, disse que para além da falta de condições, há também a questão do atraso salarial e o incumprimento do acordo celebrado sobre os aumentos salariais, que seriam implementados em 2023, na ordem dos 30 por cento, e que agora a empresa diz não ter condições de cumprir.
A ser assim, dizem os grevistas, esta é uma das principais situações que os inquieta.
Em declarações ao Novo Jornal, o director do gabinete de comunicação, marketing e relações institucionais da EPAL, Vladimir Bernardo, explicou que a empresa continua a negociar com a comissão sindical para se ultrapassar a situação da greve.
Quanto ao aumento salarial, o porta-voz da EPAL assegura que a entidade patronal não se recusou a fazê-lo, mas salienta que de momento não tem condições de efectivar o aumento de 30 por cento.
Segundo a EPAL, dos 50 por cento acordados, faltam 30, e que agora a direcção diz que não tem condições de aumentar, tendo em conta as receitas da empresa.
Sobre a questão dos atrasos salariais que se registaram nos meses de Abril, Maio e Junho, a EPAL diz que tal aconteceu "em função do aumento salarial que se fez no ano passado, porque a massa salarial aumentou e as receitas não andaram na mesma proporção, porém no mês de Julho a situação já ficou regularizada".
Quanto às condições, Vladimir Bernardo assegura que estão a ser atendidas de forma paulatina.