O burlão liderava várias redes espalhadas pelo País, mandava terceiros abrir contas bancárias, retinha os cartões de crédito e fazia as movimentações de dinheiro a partir destas contas.
Este cidadão, que tem residência fixa na província de Cabinda, estava já há algum tempo a ser monitorado pelo SIC, que acabou por detê-lo.
O Serviço de Investigação Criminal assegura que o detido contratava cidadãos a troco de dinheiro para se fazerem passar por funcionários de empresas públicas e de bancos.
Na maior parte dos casos, faziam-se passar por funcionários das empresas UNITEL, ENDE, BAI e BFA para ludibriarem as pessoas, partilhando com as vítimas um código, que lhes dava acesso ilegítimo às suas contas do WhatsApp e ao Multicaixa Express.
Segundo o SIC, são vários os milhões de kwanzas que os burlões arrancaram às vítimas nas redes sociais.
A rede criminosa tinha acesso a outros dados, como, por exemplo, contas bancárias ou imagens íntimas que permitiam chantagens, ou, entre outros embustes, fazer pedidos de dinheiro a "amigos" ou "familiares.
Fontes do SIC-geral contaram ao Novo Jornal que a detenção dos dois elementos foi mediante um minucioso monitoramento investigativo.
Entretanto, o sequestro de contas nas redes sociais e a clonagem de chips de telefone continua a crescer, facto que levou o SIC a mandar bloquear mais de 500 números de burladores à operadora UNITEL, como noticiou o Novo Jornal no mês passado.
O superintendente-chefe Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC-geral, disse que nos últimos tempos, várias pessoas viram as suas contas do WhatsApp sequestradas, ao atenderam essas chamadas e seguirem as instruções dos criminosos, fornecendo os seus códigos durante a conversa.
Na ocasião, o SIC garantiu já ter accionado várias medidas preventivas e repressivas sobre a matéria, e alertou os cidadãos para não atenderem essas chamadas, nem fornecerem códigos seus a terceiros.