O Ministério Publico, junto do tribunal militar, entende ser muito grave o comportamento que os efectivos da DIIP tiveram diante da figura deste magistrado da PJM.

Diante disso, pede como agravante a expulsão da Polícia Nacional destes efectivos afectos ao DIIP-Luanda, entre os quais está um oficial superior.

Em tribunal, os policias negam a acusação e dizem que o magistrado se aproveita da sua condição para os punir.

Os arguidos contam que o procurador deu, a um terceiro elemento, uma pistola cujo número de registo estava apagado, o que os levou a procederem à detenção deste individuo.

Em tribunal, os visados negam ter ofendido o magistrado e salientam que este está a tirar proveito da sua condição para os punir "amargamente".

Negam também ter faltado às apresentações periódicas, antes mesmo de serem detidos, como acusa o Ministério Público.

Em tribunal reconhecem terem entrado na residência do magistrado, mas asseguram ter sido para retirar de lá o cidadão foragido e que não sabiam da qualidade do queixoso, visto que a pistola apresentada por este indivíduo está sob suspeita da Polícia.

A acusação diz que os agentes não respeitaram a figura do magistrado e "proferiram palavras ofensivas, mesmo após o homem se ter identificado como sendo procurador da PJM.

Os efectivos sustentam que estavam em serviço quando ouviram vários disparos na região da Samba, junto à residência da mãe do antigo Presidente da República José Eduardo do Santos, e desencadearam uma operação policial em que foi abordado um cidadão que estava armado e que terá fugido para a residência do procurador.

Segundo os polícias, o cidadão era civil e tinha na sua posse uma arma cujo número de registo estava apagado, o que levantou suspeitas e motivou a tentativa de o deter.

Na residência, detiveram o cidadão, mas era a casa de um procurador, por sinal o alegado dono da arma de fogo.

A acusação refere que os efectivos se deslocaram à residência sem qualquer mandado de busca e apreensão, mesmo depois de o procurador os ter avisado que praticavam uma busca ilegal e de forma abusiva.

Este magistrado da Polícia Judiciária Militar apresentou queixa ao seu órgão e foi aberto um processo contra os efectivos da polícia, que no mês de Agosto acabaram por receber ordem de prisão.

Em tribunal, os policias negam as acusações e dizem que o magistrado se aproveita da sua condição para os punir, visto que o cidadão que detiveram era funcionário da sua residência e contou à polícia que o procurador lhe costumava entregar a arma.

O tribunal agendou para o princípio do mês de Novembro a leitura do acórdão, que pode ditar a condenação ou expulsão da PN, ou, pelo contrário absolver os acusados por insuficiência de provas.