"O processo está a ser analisado para se ver o estado em que se encontra e, posteriormente, decidir-se que passos deverão ser dados. O processo é complexo, volumoso, levará algum tempo", avançou à agência Lusa fonte oficial da PGR.
Com a chegada do processo físico a Luanda, a PGR pode agora avançar com a sua tramitação, algo que era impossível apenas com a certidão digital, que já estava na sua posse.
Isso mesmo tinha sido avançado pela instituição, num comunicado divulgado no útlimo mês.
"Não existindo no ordenamento jurídico angolano regras processuais que admitam processos em formato digital, a PGR de Angola aguarda que lhe seja remetida pela sua congénere o processo em formato de papel, para ulteriores trâmites", esclarecia a nota.
Já sem o "enguiço" digital no caminho, a PGR pode agora encetar as diligências necessárias para dar continuidade ao processo.
O caso, denominado Fizz, envolve diversas personalidades portuguesas e angolanas a contas com acusações de diversas ilegalidades, desde corrupção a falsificação de documentos e branqueamento de capitais, crimes igualmente imputados pelo Ministério Público luso ao ex-vice-Presidente angolano.
Recorde-se que as relações entre Lisboa e Luanda, apesar de não terem sido nem interrompidas nem postas em causa, sofreram um abalo violento quando, ainda antes da eleição de João Lourenço, foi conhecido, através da imprensa portuguesa, que Manuel Vicente, estava a ser investigado por alegados crimes de corrupção e branqueamento de capitais pela justiça portuguesa.
A tensão bilateral foi entretanto desanuviada, com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, de transferir para Luanda o julgamento do antigo número dois do Estado angolano.