Manuel Homem, o novo chefe do Ministério do Interior (MINNT), quer, para além de combater o contrabando de combustível, lutar contra o contrabando de diamantes e madeiras, que têm igualmente a cobertura de algumas figuras do Estado.
Recentemente, o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, disse que o garimpo da madeira em Angola é uma realidade e o problema é muito grave para o País.
Segundo o ministro, de 2023 até agora, Angola arrecadou apenas 29 milhões de dólares, valor que não reflecte o potencial florestal do País.
Entretanto, o novo ministro do Interior, Manuel Homem, assegurou que vai combater rigorosamente, dentro da sua agenda, o contrabando de madeira, que segundo as autoridades tem causado prejuízo a economia do País.
Quanto à exploração ilegal e o contrabando de diamantes, Manuel Homem disse que irá também impor rigor.
A população da província da Lunda-Norte continua a denunciar excessos na exploração ilegal de diamantes, que segundo relatam, continua a provocar a morte de vários cidadãos, devido a rixas entre garimpeiros e os agentes de segurança mineira.
Segundo o líder do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Zecamutchima, o garimpo ilegal de diamantes, praticado por cidadãos estrangeiros, regressou em força a esta província, sob o olhar impávido das autoridades locais, depois da "Operação Transparência".
O novo ministro do Interior assegura que vai responsabilizar os quadros da Polícia Nacional, SME, SIC e Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, que não prestam serviço e não são transparentes.
Manuel Homem, que substituiu no cargo Eugénio Laborinho na chefia do Ministério do Interior, recebeu palavras de apoio do Presidente da República, João Lourenço, para não ter medo da farda no exercício das suas funções como civil neste órgão.
O ministro realçou que o SIC vai dedicar especial atenção ao contrabando de combustível, que põe em risco a segurança nacional.
Porém, desde a denúncia feita pelo ministro da Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, a Polícia Nacional, assim como o SIC, tem estado envolvida na apreensão de milhares de litros de combustível, sobretudo com destino à RDC, como tem avançado o Novo Jornal.
O contrabando de combustível continua a liderar a lista dos principais crimes que ocorrem ao longo da fonteira terrestre angolana.
O comércio ilegal de combustível continua a causar grandes prejuízos à economia nacional. Em apenas 20 dias o País teve um prejuízo de mais de 100 milhões de Kwanzas resultado do contrabando de combustível, segundo dados da PN, na sexta-feira.
Já o SIC, desmantelou, em menos de quatro dias, dois estaleiros clandestinos com milhares de litros de combustível na província do Bengo.
Manuel Homem afirma que o contrabando de combustível é usado pelos criminosos como uma fonte de financiamento de outras actividades ilícitas, que colocam em risco a segurança pública.
Conforme o ministro, se esta prática não for parada a tempo, poderá trazer ao País contornos mais perigosos para a Nação.