Continua a aumentar o número de casos positivos do coronavírus no País e, com ele, o não-cumprimento, por parte da população, das medidas de biossegurança plasmadas no nono Decreto sobre Situação de Calamidade Pública. A situação preocupa as autoridades sanitárias, sobretudo neste período em que novas variantes da Covid-19 foram detectadas em Angola.
O Novo Jornal efectuou uma ronda nalgumas zonas da capital, propriamente nos hospitais, esquadras policiais, paragens de táxi e mercados, bem como flagrou o não-uso e uso incorrecto das máscaras faciais, o afrouxamento da obrigação de higienização das mãos logo à entrada dos estabelecimentos e o desrespeito ao distanciamento físico.
No Hospital Josina Machel, por exemplo, logo à entrada do Banco de Urgência, era visível o aglomerado de pessoas que esperavam, com ansiedade, pelo horário de visita para saber do estado de saúde dos seus familiares. Nesta unidade, as máscaras deixaram de ter serventia, e o distanciamento físico ficou esquecido.
No local, verificou-se que os dois pontos de higienização das mãos existentes eram ignorados pelos utentes que entravam e saíam da unidade sem se importar com os mais de 22 mil casos de Covid-19 registados, sob olhar impávido dos seguranças.
"Esse vírus já não existe no País. É tudo uma invenção e não há necessidade de continuarem com as restrições", atirou à nossa reportagem um cidadão identificado apenas por André, tendo acrescentado que, desde o surgimento da pandemia no País, em Março de 2020, nunca fez o devido uso da máscara e nem respeitou o distanciamento físico.
Ainda no decurso da nossa ronda naquela que é considerada uma das unidades de referência no País, um dos seguranças que preferiram anonimato confidenciou-nos que os dois pontos de higienização colocados logo à entrada do Banco de Urgência já não funcionam há meses e que raras são as vezes em que é medida a temperatura aos visitantes e funcionários. "Isso era mais no princípio da pandemia. As pessoas tinham rigor e medo da doença, mas agora só vivem já", disse.
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