O professor do ensino primário foi posto em liberdade na sexta-feira,14, 24 horas após ter sido detido pela Polícia Nacional em Viana, que o acusa de ter instigado vários alunos a vandalizar a escola.

Fontes do Ministério Público (MP) em Viana contaram ao Novo Jornal que o professor foi ouvido por uma magistrada do MP, que teve de se deslocar ao Complexo Escolar n° 5118 para aferir as condições da escola e não gostou do que viu.

Segundo a fonte, a magistrada lamentou o facto dos pequenos estudarem em condições precárias, ouviu as partes e decidiu devolver a liberdade ao professor sob medida de coação de termo de identidade e residência.

O professor assegura que ajudou os alunos a protestaram porque sentiu na pele as dificuldades que os pequenos enfrentam.

"De facto é doloroso, pelo menos para mim, ver meninas sentadas no chão enfrentando o risco de contrair uma infecção urinária", confessou o professor ao Novo Jornal esta manhã.

O professor Bernardo, que na manhã desta segunda-feira se deslocou à sede do MP para procedimentos burocráticos, salientou ser vergonhoso ouvir o depoimento do director da referida escola.

"Estão a montar factos, afirmando que partimos mais de 50 carteiras, avaliadas em 1,7 milhão de kwanzas", lamentou o professor.

Uma fonte da delegação municipal da Educação de Viana, que solicitou anonimato, contou ao Novo Jornal que a decisão da magistrada de devolver a liberdade ao professor na passada sexta-feira não terá caído bem aos responsáveis da delegação da educação e da administração de Viana.

"A liberdade do professor não caiu mesmo bem aos "bosses" aqui. Queriam que ficasse pelo menos lá alguns dias mais", contou a fonte.

O professor foi detido pela polícia por organizar uma marcha de alunos contra a falta de carteiras na escola onde trabalha, como noticiou o Novo Jornal no dia 14.