Esta atitude da PN intensificou-se desde que os taxistas decidiram paralisar as actividades na segunda-feira, dia 10, para reivindicar melhorias de condições das estradas e contra a perseguição de que dizem ser alvo por parte dos efectivos da polícia.
"Somos impedidos de reunir nas placas (local onde habitualmente realizam encontros de trabalho) pelos agentes da polícia alegadamente por ordens superiores", disse ao Novo Jornal Francisco Paciente, presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA).
Segundo este responsável, os municípios de Talatona e Belas são aqueles onde se regista maior número de proibições.
Na zona do Benfica, contou, a polícia passa de "placa em placa" a proibir que os taxistas, sobretudo os das "staffs", estejam reunidos.
Conforme o presidente da ANATA, "a fundamentação que os efectivos apresentam não é convincente e não se percebe por que razão a polícia está a agir desta forma.
Segundo Francisco Paciente, isso mostra claramente que há "perseguições aos taxistas" e lamenta o facto de "até agora existirem taxistas detidos nas esquadras sem serem ouvidos".
Sobre este assunto, o Novo Jornal tentou, sem sucesso, ouvir explicações da polícia, através do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa (GCII) do Comando Provincial da Polícia Nacional em Luanda.
Recorde-se que na passada segunda-feira, 10, com a paralisação laboram dos taxistas afectos a três associações profissionais, a cidade de Luanda viveu momentos de forte tensão, quando, aproveitando essa situação, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra, alegaram alguns dos manifestantes, as crescentes dificuldades por causa do desemprego e do aumento do custo de vida.
Sobre estes protestos, a polícia disse ter-se tratado de arruaça sem justificação social.
Nesse dia foram cortadas estradas em Viana. Cacuaco e Benfica, ocorreu a destruição de um comité de acção do MPLA no Benfica, foi destruído ainda pelo fogo um autocarro do MINSA e dois jornalistas foram alvo de tentativas de linchamento.
O Presidente da República disse que por detrás dessa violência esteve um plano de gerar a ingovernabilidade do País, deixando bem vincada a ideia de que a UNITA teve as suas impressões digitais nos locais atacados.
O maior partido da oposição, tal como os restantes partidos, foram lestos em repudiar o sucedido e a UNITA vincou de forma clara que não teve qualquer interferência no decurso dos acontecimentos.
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