Eram dias estranhos aqueles. O ribombar dos canhões tão perto. Os piôs com as suas marchas singulares, e as suas armas improvisadas. O imperialismo tão presente, a querer roubar-nos a independência. A euforia aliada a certa insegurança que campeava por Luanda. As famílias divididas. A voz pausada de Agostinho Neto, como um lenitivo que estendia um manto de certeza sobre o futuro. Que iria ser melhor. Sem musseques, ou discrepâncias sociais. Um Estado do Povo, para o Povo.

Por um momento, os tempos foram novos. Como novos eram os dirigentes, nas suas vestes simples, e sorrisos confiantes.

Nos anos que se seguiram, a praça foi visitada regularmente. O 11 de Novembro era uma ocasião para renovarmos a nossa esperança no futuro. Mesmo nos anos mais sangrentos da nossa trajectória, quando a euforia causada por uma ofensiva vitoriosa contra as forças invasoras, e que culminou com a saída, a 27 de Março de 1976, dos carcamanos pela fronteira sul, deu lugar a um sentimento de resiliência necessário para suportar uma guerra fratricida, que parecia interminável.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)