Num discurso proferido no último sábado, 4, em alusão ao 84.ª aniversário do nascimento de Jonas Savimbi - assinalado na passada sexta-feira, 3 -, o líder da UNITA destacou o legado do histórico dirigente, lamentando que o mesmo não seja reconhecido em Angola.

Segundo Isaías Samakuva, que falava em Viana, não se justifica que os feitos históricos de Savimbi sejam reconhecidos em África e no mundo, e que não o sejam pelo Estado angolano "que ele próprio ajudou a erigir e do qual é co-fundador".

"Savimbi deixou-nos um legado que devemos estudar", sublinhou o dirigente, apelando também à libertação dos restos mortais do falecido guerrilheiro.

"Não há razão alguma para que o Estado angolano mantenha Jonas Malheiro Savimbi preso, mesmo depois de morto", salientou, questionando: "Porque é que os restos mortais de Jonas Savimbi foram capturados pelo Estado angolano? Porque é que se prende um morto?".

A resposta é clara, acrescentou Samakuva: "A prisão dos restos mortais do co-fundador da República de Angola pelas autoridades da República de Angola constitui um testemunho gritante da política de exclusão entre irmãos e simboliza a necessidade imperativa da genuína reconciliação nacional. Significa que a República ainda luta contra si própria e que os angolanos ainda não são um só povo, uma só Nação".

O presidente da UNITA lembrou que a efectivação da reconciliação permitirá ao país ser mais respeitado além-fronteiras, "seja na Commonwealth, seja na Francofonia, seja no seio dos BRIC", exortando o Chefe de Estado a "capitalizar este momento histórico, e a potenciar as pontes de diálogo para um novo Pacto social", que permita cumprir esse objectivo.