O coordenador da Comissão Instaladora do Partido de Renascimento Angolano - Juntos Por Angola Servir Angola (PRA-JA Servir Angola), que discursava durante a reunião magna que se reuniu, em Luanda, na presença de mais de 700 delegados, afirmou que os sentimentos de expectativa e de esperança por um futuro melhor que caracterizaram grandes segmentos da sociedade angolana de 2017 a 2018 estão aos poucos a transformar-se em desalento e frustração.

"É por esta e outras razões, que temos o dever de surgirmos no firmamento político nacional como patriotas, visionários e servidores", disse.

Abel Chivukuvuku lamentou que nos últimos quatro anos se tenha registado uma grande retracção da actividade económica, levando centenas de pequenas e médias empresas à falência.

"O sector petrolífero continua o elemento dominante da nossa economia. Em meados da década passada, Angola ambicionava atingir a fasquia de dois milhões de barris de petróleo por dia, caiu para menos de um milhão", frisou, salientando que os esforços de diversificação da economia apresentam resultados tímidos.

O líder do PRA-JA Servir Angola afirmou ainda que nos últimos três anos a condição social dos angolanos piorou, com o aumento de custo de vida, como resultado da desvalorização do kwanza, a redução dos subsídios em produtos essenciais e o aumento dos impostos, como o IVA.

"Por outro lado, e em consequência de todo este quadro, o desemprego juvenil atingiu níveis dramáticos e a criminalidade violenta é hoje uma realidade alarmante", salientou.

"Apesar dos investimentos realizados nos domínios da Saúde e da Educação, estes sectores ainda representam grandes debilidades", notou, reforçando que milhares de crianças continuam fora do sistema de ensino.

Sobre a situação política do País, Abel Chivukuvuku lamentou que não se vislumbre "nenhuma intenção para a realização da reforma constitucional necessária para a descentralização política e da reforma do Estado".

"A viabilização de Angola exige também uma reforma das mentalidades à altura da ambição do País que queremos construir", expôs.