Angola realizou, há 28 anos, no dia 29 de Setembro de 1992, as primeiras eleições gerais, ganhas pelo MPLA, partido até hoje no poder. Contudo, as eleições precisariam de uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados (José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi), o que não chegou a acontecer, uma vez que os resultados que apontavam para a vitória do MPLA (49, 57%) contra a UNITA (40,7%) foram contestados pelos "maninhos".
Alberto Neto, do Partido Democrático Angolano (PDA), conquistou o terceiro lugar, com 2,16%.
A contestação dos resultados eleitorais por Jonas Savimbi e pelos seus apoiantes despoletou o regresso à guerra civil, que vitimou milhares de angolanos, tendo terminado apenas a 22 de Fevereiro de 2002, com a sua morte, ocorrida na região do Lukussi, província do Moxico.
Em contrapartida, face à efeméride, relativamente às primeiras eleições em Angola, alguns políticos analisaram os prós e contras do cenário daquela época, com destaque para os principais partidos.
A UNITA criticou, fortemente, a governação do MPLA desde as primeiras eleições multipartidárias, enquanto o partido no poder diz que o Presidente João Lourenço está a fazer "uma verdadeira revolução" que se vai traduzir em novas vitórias eleitorais.
"Os direitos fundamentais dos angolanos continuam a ser violados e o Presidente continua a proteger os seus colaboradores, alegadamente envolvidos em actos de corrupção", disse Albertina Ngola, vice-presidente do Grupo Parlamentar do "Galo Negro" na Assembleia Nacional (AN).
Outra questão que no entender de Navita mancha a transição do mono para o multipartidarismo tem a ver com as acções da AN e dos tribunais que se mantêm como "subalternos do Poder Executivo".
"A liberdade de imprensa continua disfarçada de plural, mas altamente partidarizada. Os órgãos de comunicação social continuam a ser usados para maquiar a má governação e a ser veículo de propaganda do presidente do MPLA, como nos velhos tempos", disse.
Já o secretário para a informação do Bureau Político do MPLA, Albino Carlos, desclassificou as acusações do seu principal adversário político e referiu que há liberdade de expressão e de manifestação política, bem como um forte sentimento de Nação e de Unidade Nacional.
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