A informação foi hoje avançada, em conferência de imprensa, pela directora do Instituto da Biodiversidade e Conservação Ambiental (INBAC), Albertina Nzunzi.
A responsável deste órgão afecto ao Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente referiu que as autoridades tomaram conhecimento deste facto através de uma denúncia nas redes sociais esta semana, tendo-se deslocado ao terreno uma equipa multissectorial para apurar a sua veracidade.
Albertina Nzunzi disse que os resultados do trabalho revelaram que a área afectada é extensa, tendo já sido derrubados 1.800 embondeiros, árvore secular e símbolo nacional.
Segundo a directora do INBAC, os embondeiros estão a ser derrubados para ocupação ilegal de terrenos e construção de moradias naquela área, onde são contratadas pessoas, a um preço que varia entre os 25.000 kwanzas e 30.000 kwanzas (34 e 41 euros), para o corte das árvores.
De acordo com Albertina Nzunzi, as pessoas estão conscientes do crime ambiental que estão a cometer, mas disseram que "é mais importante ter moradias do que ter um embondeiro de pé".
"Estamos perante um crime ambiental muito grave e que requer a intervenção dos órgãos de defesa e segurança do Estado", disse, frisando que devem ser tomadas medidas urgentes para se salvaguardar as árvores que ainda existem.
O fenómeno de abate de embondeiros, prosseguiu a responsável, não é novo.
Em algumas áreas, a caminho da província do Bengo, no município do Nzeto, província do Zaire, há cerca de dois anos, foram identificadas zonas concedidas pelas autoridades para construção em que se retira a areia à volta da árvore que acaba naturalmente por cair.
A responsável sublinhou que já houve intervenção do INBAC no sentido de ser reposta a terra à volta dos embondeiros ou que seja cedido um outro espaço.
O embondeiro está entre as árvores mais antigas do planeta, com idades entre os 1.100 e os 2.500 anos.