A Qantas australiana, a norte americana America"s Southwes e a europeia Ryanair são algumas das companhias que foram obrigadas a "aterrar" alguns dos seus Boeing 737 NG 600 e 700 por neles terem sido detectadas fissuras na "pickle fork", designação em inglês para a peça que se situa na zona de junção das asas à fuselagem, a estrutura central dos aparelhos, reforçando esta junção.

A TAAG, que tem quatro Boeing 737 NG 700 ao seu serviço, como garantiu ao NJOnline Carlos Vicente, director de gabinete de comunicação da companhia aérea nacional, procedeu a "uma rigorosa vistoria" aos seus aparelhos mas não foi detectada qualquer problema.

Carlos Vicente sublinhou ainda que nenhum dos aparelhos deste modelo ao serviço da TAAG tem o número de horas e o número de ciclos de voo - aterrar e levantar - que os relatórios divulgados apontam para o início do surgimento deste tipo de complicações.

"Nenhum dos aviões Boeing 737 NG ao serviço da TAAG estão em risco", afirmou Carlos Vicente ao NJOnline.

Para além dos 4 aparelhos modelo 737-700, a TAAG conta ainda com seis 777-300 e 777-200 na sua frota.

Recorde-se que o modelo 737 NG da Boeing é um dos mais utilizados pelas companhias aéreas de todo o mundo, estando actualmente mais de 7 mil no activo.

Por precaução, são cada vez mais as companhias que optam por pousar todos os seus aviões deste modelo, como a australiana Qantas, que, apesar de ter verificado a existência destas fissuras em três aparelhos, colocou os restantes no solo para executar rígidas inspecções ao estado destes.

Alguns desses aparelhos, tanto na Qantas como noutras companhias, estão cautelosamente a regressar ao serviço após demoradas inspecções, como a TAAG garante ter já feito.

Um especialista citado pelo The Guardian, Garth Pearce, engenheiro aeroespacial na Universidade de Nova Gales do Sul, admitiu que os procedimentos que estão a ser realizados pelas companhias são suficientes para garantir a segurança dos passageiros, até porque esta "pickle fork" é apenas uma das componentes da estrutura que garante esta ligação enre a asa e a fuselagem.

Para minimizar os riscos, e tendo em conta que um avião comercial deste tipo, em média, realiza 1.700 ciclos de voo, o regulador mundial da aviação comercial obrigou a que todos os aparelhos Boeing 737 NG com mais de 30 mil ciclos fossem vistoriados num prazo máximo de 7 dias.

Os aviões que tiverem um registo entre 22.600 e 30.000 ciclos de voo, ainda segundo a mesma decisão, devem proceder a uma inspecção rigorosa num prazo de 7 meses.

Este modelo Boeing 737 NG não é o mesmo que recentemente esteve envolto, e ainda está, em forte polémica depois de dois acidentes trágicos, o 737 8 MAX, que a construtora retirou do ar por tempo indeterminado.