Num comunicado assinado por mais de 300 bispos e pastores angolanos, os bispos e pastores dão conta que, nos últimos 12 meses, a liderança brasileira, por orientação de Edir Macedo, passou a forçar os pastores angolanos a submeterem-se ao procedimento cirúrgico de "esterilização", tecnicamente conhecido como vasectomia.

Esta prática viola, de acordo com os contestatários, de forma grave, os direitos humanos, de acordo com a Constituição da República de Angola.

Os bispos e pastores angolanos acrescentam que, além disso, a liderança brasileira tem promovido a evasão de divisas para exterior do País.

Segundo os bispos angolanos, Edir Macedo orientou a venda, sem a prévia consulta dos bispos, pastores, obreiros e membros angolanos, de mais da metade do património da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola. O património, segundo o documento, inclui residências e terrenos adquiridos e construídos com os dízimos, ofertas e doações dos bispos, pastores, obreiros e membros de Angola.

No entender dos prelados angolanos, a atitude brasileira, além de constituir traição à confiança dos responsáveis de Angola, "é uma clara demonstração de que os objectivos por eles defendidos deixaram de ser os mesmos apregoados pela IURD de Angola, que passa pela pregação do Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo".

Diante desses factos e da gravidade da situação, em respeito aos princípios da fé cristã, o corpo de bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola decidiu, em fórum próprio, pôr fim a qualquer vínculo com a liderança brasileira, decretando "o abandono dos mesmos do território angolano dentro dos prazos estabelecidos pelas autoridades migratórias".

De modo a salvaguardar os mais nobres ideais da Nação, dizem os bispos angolanos no comunicado, a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola passa a ser liderada exclusivamente por angolanos.

A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola é uma instituição religiosa de direito angolano, registada no Ministério da Justiça sob o número 26 e publicado no Diário da República em 17 de Julho, I Série, número 28.