Terminou o único e polémico reality show angolano que, ao contrário de outros países, que têm outros formatos a concorrer com este que é o pioneiro a nível mundial na plataforma de programas que levam milhares de candidatos a audições.

Cada um deles na ânsia de conquistar um lugar entre os finalistas e acabar por levar a melhor na disputa entre todos os concorrentes. O Big Brother Angola não fugiu à regra e desta vez sendo tudo feito em dose dupla, exercendo assim um duplo impacto para quem estivesse a acompanhar este programa transmitido num dos canais da DSTV, uma operadora com presença em Angola há mais de década e meia e que se vem propondo criar conteúdos que mais se aproximam dos telespectadores.

Da entrada à expulsão dos concorrentes na casa, tivemos a oportunidade de acompanhar tudo, incluindo as polémicas reacções de quem vê naquele programa uma via para desvios comportamentais dos seus seguidores. Promovendo atitudes aparentemente nocivas para uma sociedade que se queira ver pautada por princípios dignos integrados num meio onde, aparentemente, o jovem é visto como um elemento essencial da realidade futura.

Foi possível alguma contenção na exibição de conteúdos para não piorar ainda mais o cenário que já estava a fervilhar, num programa que é também uma montra para a exibição de músicos angolanos. Pelo palco de cada uma das galas passaram nomes como Bruna Tatiana, Keima Roupa, Diclas One, Mauro Pastrana, Yola Semedo, Anna Joyce e a dupla J-One. Por detrás desta estrutura de entretenimento que, pelo ecrã ou pelas diversas ferramentas da internet, chega ao mundo, pudemos igualmente dar conta da gigantesca produção composta por vários profissionais que, integrando outros reality shows , emprestam a experiência colhida para um formato mais angolano.

A expectativa anda à volta de uma terceira edição e, pelo que já sabemos, haverá desta vez audições fora de Luanda, permitindo assim que muitos dos que se viam impossibilitados de se deslocarem à capital vejam o seu sonho realizado. Numa primeira cartada, muitas empresas, tendo em conta a conotação que existia quanto ao programa, não aderiram ao concurso, enfraquecendo o leque de prémios que os concorrentes e outros levam para casa.

Em segundo lugar na produção do BBA Duplo Impacto, as coisas hoje são vistas de um modo diferente e alguns nomes do panorama empresarial já começam a aderir ao programa, o que pudemos constatar na gala final.

Desqualificação e prémio maior

A película desta edição não deixa passar em branco a expulsão que gerou todo o tipo de reações, desde as mais revoltantes e inusitadas até às mais surpreendentes, uma vez que alguns não levavam a peito o poder que o Big Brother tem quanto aos hóspedes que recebeem sua casa. Aníbal, tido para muitos como um potencial candidato, tropeçou numa das concorrentes com quem optou por fazer dupla, reforçando assim o romance que já existia entre os dois.

As cenas de agressão correram que nem pé-de-vento, abalando as estruturas da produção. Que, desta forma, aguardava uma reacção do Grande Irmão que sem contemplações colocou o casal na rua e com desmerecimento das pomposidades próprias de quem sai da casa. A porta dos fundos era o local indicado para quem envereda por actos de insubordinação.

Sorte que tiveram Aníbal e Marinela que, segundo informações, dão sequência ao romance fora dos cantos da casa. A agressividade subjacente, na luta pelo prémio de 100.000 dólares, era a tónica que grande parte dos eliminados usava como justificação, adicionada à estratégia usada que acabou por resultar na eliminação de cada dos cinco pares que mais cedo regressaram a casa. Quem mais sentiu o impacto deste capítulo foi o tradicionalista Kissamá que, surpreendentemente, abriu o cenário das expulsões ao lado de Neury, tendo a sorte que nenhum concorrente desejaria naquele período de confinamento que levou pouco mais de dois meses.

Os indicadores já apontavam para uma vitória da controversa Luna Vambano que, para alguns telespectadores, proporcionava momentos diferentes ao programa, fazendo com que a sua personalidade sui generis a levasse até à final, reflectindo desta forma o tipo de assistentes que por ela nutria simpatia. Resultado mais do que óbvio, seria a conquista do prémio pelo seu parceiro, o manequim Mr Norway, que mostrava ambição em levar o chorudo prémio, usando das estratégias possíveis para atingir este objectivo.

A gala anterior à final do concurso apontava para 53,62% dos votos dos vencedores contra 27,38 % de Ananias Muanha e Rossana. A conclusão deste pensamento tornou-se lógica quando, já na gala final, a bailarina e o modelo obtiveram 69,95% dos votos. Um total esmagador que não deixou dúvidas quanto à popularidade da jovem comprovada aquando da sua chegada a Luanda, no início da tarde desta terça-feira.

A verdade é que algumas opiniões divergem quanto ao prémio entregue a Mr Norway. Segundo alguns espectadores assíduos, o homem fez o que de melhor tinha para ir de encontro ao prémio e dar seguimento à sua carreira. Analistas criados em alguns portais são unânimes em afirmar que estes fizeram bem as suas jogadas para garantir o sucesso e a conquista do prémio principal.