Francisco Queirós, que presidiu hoje em Luanda à cerimónia de assinatura de três contratos de prestação de serviços e construção de infra-estruturas para o Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO), confessou à Lusa sentir-se "um homem feliz".
"Sem dúvida. Posso sentir-me feliz porque tenho o privilégio de fazer parte deste grande momento histórico", frisou.
Em causa está o início do processo que dotará Angola de um cadastro e mapas completos sobre os recursos minerais existentes, que completará a informação herdada do período colonial.
"É hora de dar uma volta. Precisamos de diversificar. Não podemos depender só dos diamantes. A informação que herdámos da administração colonial permite-nos ter a noção do potencial no nosso país e agora com este Plano Nacional de Geologia estaremos em condições de o conhecer mais detalhadamente", acrescentou.
Francisco Queirós adiantou que dentro de três anos e meio já será possível ter informação "fidedigna" que permitirá tomar decisões de investimento.
"Para Angola será de facto um momento que estamos à espera há muito tempo, porque queremos aumentar as receitas fiscais, mas sobretudo queremos criar emprego para combater a pobreza no país, o nosso principal problema", acentuou o ministro.
Em termos de contribuição para o Produto Interno Bruto, Francisco Queirós disse à Lusa que o objectivo é que o sector da Geologia e Minas passe a ser o segundo ou terceiro contribuinte liquido.
"Naturalmente, quando estiver no auge da exploração mineira, o que contamos que seja dentro de 15 a 20 anos", disse, justificando ser esse mais ou menos o tempo que leva para se conhecerem os recursos através deste programa, que classificou como "grande e ambicioso".
"Depois, os investimentos levam sempre um tempo de maturação, que anda entre cinco e sete anos, e depois a exploração, que para entrar na velocidade de cruzeiro, também leva o seu tempo. Então, estamos a falar entre 15 e 20 anos para Angola dar o salto e entrar na rota da mineração", acrescentou.
O projecto está orçado em 350 milhões de dólares (cerca de 258 milhões de euros), e inclui a construção do novo laboratório, cuja primeira pedra será lançada ainda esta semana.
Francisco Queirós considerou aquela verba não um gasto mas um investimento.
"Não é um gasto é um grande investimento, de que vamos ter o retorno muitas e muitas vezes mais", concluiu.
Lusa / NJ