Pior do que Angola em matéria de competitividade no sector da viagens e turismo mundial só mesmo o Chade e a Guiné-Conacri. Esta é uma das conclusões do recém-divulgado Índice sobre a Competitividade das Viagens e Turismo, publicado de dois em dois anos pelo Fórum Económico Mundial.
Elaborado a partir da análise de 14 pilares, distribuídos por cinco áreas - que por sua vez são subdivididas em dezenas de variáveis, como a criminalidade, a prevalência de doenças endémicas e o acesso à internet -, o ranking coloca o país no 139.º lugar entre 141 possíveis.
A posição desfavorável é explicada sobretudo pela fraca abertura internacional, avaliada, entre outros indicadores, pela dificuldade na obtenção de vistos. A este nível, Angola é mesmo o pior país do mundo (141.º), destacando-se igualmente pela negativa em relação à oferta de infra-estruturas rodoviárias e portuárias (140.º) e na prioridade atribuída ao sector das viagens e turismo (140.º), medida pela fatia do Orçamento Geral do Estado que lhe é destinada.
Segundo a classificação do Fórum Económico Mundial, que recorre a estatísticas de organizações internacionais e aos resultados de questionários realizados a executivos, o ambiente de negócios também penaliza a competitividade nacional, nomeadamente pela percepção de que o mercado empresarial é dominado por um pequeno número de companhias.
A desconfiança no trabalho das autoridades policiais contribui igualmente para a má avaliação angolana, da mesma forma que os baixos níveis de qualificação dos recursos humanos surgem como desencorajadores para o as visitas de negócios.
Apesar da falta de competitividade nacional demonstrada pelo Índice do Fórum Económico Mundial, os últimos dados disponíveis indicam que, em 2013, o país recebeu 605 mil turistas internacionais, correspondentes a um volume de receitas de 1.234 milhões de dólares.