Segundo o coordenador da comissão multissectorial, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Francisco Furtado, estes responsáveis serão levados à justiça para serem criminalizados.

Segundo o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do PR, os contrabandistas têm a protecção de altas patentes das forças de defesa e segurança, que assegurou estarem identificadas.

Conforme Francisco Furtado, a província do Zaire é a que mais postos de abastecimento de combustível tem, mas essa "abundância" em nada se reflecte na vida das populações.

"O processo de atribuição de licenças a certas entidades que praticam a actividade de comercialização de combustível no Zaire foi muito liberalizado", disse o ministro de Estado no final de uma reunião da comissão multissectorial, que decorreu esta terça-feira, no Zaire.

Segundo o ministro de Estado e chefe da Casa Militar, na região Norte, entre as províncias do Zaire e de Cabinda, passa cerca de 80 por cento de contrabando de combustível, o que considerou como sendo "uma situação grave não só para a economia nacional, mas para a própria segurança do País".

Na semana passada, o governador provincial do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, falou na necessidade do "envolvimento de todos", para monitorar as fronteiras, terrestres e fluviais de modo a estancar este fenómeno.

O governante, que falou durante um encontro com o Presidente da República, João Lourenço, que visitou a província, disse que o fenómeno de contrabando de combustíveis afecta a economia nacional e a vida dos cidadãos locais.

"O contrabando de combustíveis é um cancro na província. Há solução, camarada Presidente e precisamos de apoio. Essa situação pode ser resolvida", disse Adriano Mendes de Carvalho.

O contrabando de combustível e a fuga ao fisco continuam a ser os principais crimes registados na fronteira da província do Zaire com a vizinha República Democrática do Congo (RDC), segundo o governador provincial, que apontou o dedo a alguns responsáveis locais e autoridades tradicionais, que "são os principais suspeitos na facilitação das redes de contrabando".

"Camarada Presidente, precisamos de ajuda, os contrabandistas têm muita força", acrescentou Adriano Mendes de Carvalho, sublinhando que "muitas vezes ficam apreensivos com a escassez de derivados de petróleo que se verifica na região, apesar das elevadas quantidades expedidas pela Sonangol para a região".