O Governo da República de Democrática do Congo (RDC) voltou a impedir os camionistas angolanos de entrar, voltando a exigir vistos migratórios, depois de permitir, na semana passada, que os camiões com mercadorias com destino a Cabinda passassem pelo seu território. E como retaliação, os camionistas angolanos decidiram bloquear a fronteira do Nóqui, no Zaire, impedindo, igualmente, a entrada no País dos transportadores congoleses, soube o novo Jornal.
Segundo os camionistas angolanos, de repente, as autoridades da RDC voltaram a impedir os camiões angolanos de levarem produtos para a província de Cabinda, exigindo visto migratório, tanto para quem entra como para quem sai de Cabinda, usando o seu território.
Segundo os camionistas, este é motivo pelo qual decidiram bloquear a circulação rodoviária na fronteira entre Angola e a RDC, impedindo, agora, os camionistas congoleses de entrarem em Angola.
"Ninguém entra e ninguém sai. Se não podemos levar mercadorias para Cabinda, então ninguém da RDC pode vir com mercadoria para o Zaire", afirmou ao Novo Jornal Miguem Domingos, secretário-geral da ATROMA, assegurando que a RDC tomou uma decisão precipitada, sem aviso.
Conforme a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA), se ao mais alto nível o Governo não resolver o "irritante", a situação pode piorar.
"Esta quinta-feira,31, decidimos parar os camiões na fronteira, criando um alvoroço, o que levou ao encerramento da fronteira", contou.
Segundo a ATROMA, mais de 500 camiões estão parados na fronteira do Nóqui, com destino a Cabinda, mas estão a ser "barrados".
Ao Novo Jornal, a ATROMA afirma que há muitos produtos a estragar-se nos camiões, na fronteira, causando inúmeros prejuízos aos proprietários.
A ATROMA salienta que 15 camiões angolanos, que estavam de regresso ao País, provenientes de Kinshasa, assim como os seus motoristas, estão retidos na RDC, e exigem a sua libertação.
Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores (MIREX) assegurou que acompanha com preocupação a situação, mas ainda não tomou qualquer posição.