O ministro da Informação do Sudão, Khaled al-Aiser, disse que os militares retomaram o palácio, numa publicação na rede social X.
"Hoje a bandeira está hasteada, o palácio está de volta e a aventura continua até que a vitória seja completa", escreveu al-Aiser.
"As nossas forças invadiram o palácio e tomaram o controlo, depois de esmagarem os restos da milícia", disse uma fonte militar, que pediu para não ser identificada, em declarações à agência de notícias France-Presse (AFP).
O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) ocupava a sede presidencial em Cartum desde o início da guerra com o exército sudanês, em abril de 2023.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram os soldados no interior, que confirmaram a data como sendo o 21º dia do período muçulmano do Ramadão, hoje.
Um oficial do exército sudanês, que usava dragonas de capitão, fez o anúncio no vídeo e confirmou que as tropas estavam dentro do complexo.
O palácio parece estar parcialmente em ruínas, com as botas dos soldados a esmagarem telhas partidas.
O anúncio surge um dia depois das Nações Unidas terem alertado para uma escalada da violência na capital sudanesa, com o exército regular a tentar recuperar o palácio presidencial.
"Estamos a receber notícias preocupantes sobre a escalada de violência contra civis em Cartum, num quadro de intensas hostilidades", declarou o porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Seif Magango, em comunicado.
O exército sudanês encontrava-se na quinta-feira a 500 metros do palácio presidencial, no centro de Cartum, onde decorrem os combates, disse à AFP uma fonte militar.
Dezenas de civis, incluindo voluntários de ajuda humanitária locais, foram mortos por bombardeamentos de artilharia e aéreos do exército do Sudão e das RSF no leste de Cartum e no norte de Omdurman desde 12 de março, acrescentou Magango.
Segundo o porta-voz do ACNUDH, "relatos credíveis indicam que as RSF e as milícias aliadas invadiram casas na parte oriental de Cartum, causando mortes sumárias e detenções arbitrárias, e saquearam alimentos e medicamentos de cozinhas comunitárias e clínicas médicas".
A guerra entre o chefe do exército sudanês, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o seu antigo adjunto, o general Dagalo, causou até agora dezenas de milhares de mortos, deixou mais de 12 milhões de pessoas deslocadas e provocou uma grave crise humanitária.
Em Cartum, pelo menos 3,5 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas por causa dos combates, segundo dados da ONU.