Segundo o South China Morning Post, que cita fontes próximas das duas delegações, o acordo prevê o adiamento de mais taxas alfandegárias por parte dos EUA, que passariam assim a punir praticamente todos os produtos importados da China.
As condições do acordo serão anunciadas em comunicados separados e não numa declaração conjunta, esclarece o jornal.
O objectivo desta trégua, que as fontes sugerem que durará cerca de seis meses, seria retomar as negociações, visando pôr fim à guerra comercial que começou no verão passado.
O jornal de Hong Kong revela que o adiamento da imposição de taxas alfandegárias adicionais foi a condição imposta pelo Presidente chinês, Xi Jinping, para reunir com o homólogo norte-americano, Donald Trump, durante o G20.
"A realidade é que Trump pode mudar de ideias no último minuto", disse uma das fontes citadas pelo jornal, acrescentando que "a trégua já foi preparada" e que seria semelhante à trégua de três meses estabelecida em dezembro passado, também durante uma cimeira do G20, em Buenos Aires.
Trump reiterou na quarta-feira que está "preparado" para impor novas taxas alfandegárias, caso as negociações fracassem.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, garantiu que um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos está "90% concluído".
Em causa estão os planos de Pequim para o sector tecnológico, que visam transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
A China não está disposta a alterar o seu sistema de capitalismo de Estado, que permite às suas empresas estatais controlar partes importantes da economia, em detrimento do investimento estrangeiro e uma competição justa.
Washington impôs já taxas alfandegárias de 25% sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e ameaça taxar mais 300 mil milhões.
Trump colocou ainda a gigante chinesa das telecomunicações Huawei numa "lista negra", que restringe as empresas dos EUA de fornecer 'chips', semicondutores, 'software' e outros componentes, sem a aprovação do Governo.
Pequim ameaçou suspender a exportação para os EUA de terras raras, os minerais essenciais para o fabrico de produtos electrónicos.