A par dos misseis iranianos, cerca de 200, que esta tarde, referência à hora de Luanda, mas já noite na região, centenas de roquetes estavam a ser disparados para o norte de Israel a partir de várias direcções, incluindo a Cisjordânia e, provavelmente, o Líbano.

O Irão, através da sua Guarda Revolucionária, GRI, a elite das forças de segurança iranianas, já confirmou a autoria do ataque e confirmou que se trata da vingança pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na semana passada, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Julho, e o comandante militar do Hezbollah, em Beirute, também em Julho último.

O Governo de Telavive já fez saber, segundo o Times of Israel, que o Irão "vai pagar por este ataque", enquanto em Teerão, a GRI avisou que se Israel atacar o Irão "está preparado um novo ataque muitas vezes mais robusto" que o que ocorreu hoje.

Em Washington, a partir da Casa Branca, o Presidente norte-americano, Joe Biden, já disse que os EUA vão apoiar Israel a defender-se se tal se revelar necessário.

Este ataque ocorre menos de 24 horas depois de Israel lançar uma grande operação terrestre no sul do Líbano com o objectivo de neutralizar o Hezbollah.

O cenário actual permite objectivamente antecipar que Israel não ficará sem contra-atacar, tal como, de resto, fez em Abril, quando o Irão lançou perto de 300 misseis e drones sobre Israel após o ataque israelita ao seu consulado na Síria, abatendo três generais da estrutura superor da GRI.

Tal momento marcará, seguramente, como apontam já vários analistas, uma escalada que é impossível prever onde está o seu limite, até porque em Washington já foi dada a garantia de que as esquadras de porta-aviões estacionadas nos mares da regiões serão postas ao serviço da defesa de Israel.

O que implica um cenário que pode rapidamente degradar-se para um confronto regional de larga escala em que o Irão conta com acordos de segurança estratégica assinados nos últimos anos com a Rússia e com a China.

Entretanto, segundo o jornal israelita Haaretz, em Telavive ocorreu, quase à mesma hora do ataque iraniano, um ataque com facas sobre a população, por um ou mais indivíduos ainda não identificados, que fez, segundo diversas fontes, entre quatro a oito mortos.

Entretanto, segundo a CNN International, o gabinete de guerra israelita foi reunido de urgência pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyhau, prevendo os media internacionais que a resposta de Telavive seja assimétrica, ou seja, que ocorra não apenas contra o Irão mas também sobre os seus interesses na região, que vão da Síria, ao Iraque, Iémen e Líbano.

Ao mesmo tempo, The New York Times avançava, perto das 18:00, que o Presidente dos EUA deu, de imediato, ordem as forças dos EUA colocadas no Médio Oriente para abaterem todos os misseis que fosse possível.

Entretanto, segundo o jornal israelita Haaretz, em Telavive ocorreu, quase à mesma hora do ataque iraniano, um ataque com facas sobre a população, por um ou mais indivíduos ainda não identificados, que fez, segundo diversas fontes, entre quatro a oito mortos.

À medida que as imagens começavam a chegar aos grandes canais de informação internacionais, a Al Jazeera mostrava vários dos misseis a embater no solo, na região de Telavive, provocando fortes explosões, alegadamente numa base militar de grande dimensão que existe a cerca de uma dezena de quilómetros desta grande urbe israelita.

Cerca de três horas após o sobrevoo dos misseis iranianos, Teerão avisava que a operação retaliatória pela morte de Nasrallah, Haniyeh e Shukr estava concluída, e, pouco depois, o Governo israelita anunciava que as pessoas podiam deixar os abrigos e bunkers.

Mas dificilmente estes dados podem ser encarados como o fim da crise, porque em latência fica não apenas a retaliação israelita já prometida, como ainda a garantia dada pelo Irão de que novo ataque, ainda mais poderoso, terá lugar no caso de Telavive atacar solo iraniano.