De acordo com o Sindicato dos Médicos do Sudão os confrontos ocorridos na quinta-feira foram os "ataques mais sangrentos" dos últimos dias.
O Sindicato dos Médicos do Sudão diz que os últimos combates ocorreram na cidade de Al Obeid, onde se têm concentrado os confrontos iniciados no passado dia 15 de Abril.
"Os combates continuam e espera-se que o número de mortos e feridos aumente. O Hospital de Al Obeid é afectado agora por cortes de energia porque os geradores estão a ficar sem combustível", alertou o sindicato através da plataforma digital Facebook.
O Sindicato dos Médicos do Sudão recorda na mesma mensagem que esta guerra está a matar sudaneses de forma directa e indirecta "pela falta de serviços de saúde, pela dificuldade em conseguir ajuda médica e pelo perigo de propagação de doenças".
Os médicos sudaneses queixam-se da falta de apoio internacional mesmo depois de reiterados os apelos para o fornecimento de ajuda médica e alimentar.
Os combates na cidade de Al Obeid ocorreram no primeiro dia do período de tréguas de sete dias, o mais prolongado desde o início das hostilidades e que foi mediado pelo Sudão do Sul.
Entretanto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estimou que 190 crianças morreram e 1.700 ficaram feridas no Sudão desde meados do mês de Abril.
De acordo com o Ministério da Saúde do Sudão, pelo menos 550 civis morreram na sequência dos combates e cinco mil pessoas ficaram feridas, nas últimas três semanas.
A ajuda humanitária está a chegar ao Sudão de forma muito irregular a partir de Port Sudan, cidade no leste do país, neste momento a região mais segura do país.
A ONU procura garantias de segurança para distribuir ajuda humanitária. Segundo a agência, o valor será direccionado para o apoio imediato no Chade, Sudão do Sul, Egipto, Etiópia e República Centro-Africana. O plano foi elaborado com 134 parceiros, incluindo agências da ONU, ONG nacionais e internacionais e grupos da sociedade civil.
O alto comissário adjunto para Operações do ACNUR, Raouf Mazou, destacou que a situação humanitária é trágica. Ele afirma que há escassez de alimentos, água e combustível, acesso limitado a transporte, comunicações e electricidade, e preços descontrolados de itens básicos