Em virtude do potencial exportador de Angola, muito se falou da construção e operacionalização de entrepostos em Luanda, Bengo, Moxico, Kuando Kubango, Cabinda e Benguela. Qual é o ponto de situação destas infra-estruturas no que diz respeito à acção operacional? Aguardamos por respostas.É do conhecimento público que os principais produtos do sector da madeira são: a madeira em toro, processada, seguindo-se-lhe a transformação, semitransformação, blocos, tábuas, ripas, em serrações, carvão vegetal, lenha, produtos florestais não-lenhosos, frutos, plantas medicinais, fibras e muito mais.
O sector florestal é rico. O que falta para se apostar na indústria de fabricação de derivados de madeira? O Estado angolano não percebe que deve levar em conta a geração de resíduos, tanto nas áreas de exploração como nas serrações? Procuramos sempre por respostas positivas e conclusivas.Devido aos novos acordos comerciais entre as nações, tanto no âmbito bilateral como multilateral, prevê-se que as transacções continuem a crescer nos próximos anos, são as tendências comerciais. Porém, é preciso ter em linha de conta e questionar se esses pendores comerciais possuirão um efeito de garantia florestal e na desflorestação.Precisamos de perceber, como Estado e cidadão, que a desflorestação é afectada pelos preços da produção agrícola. Por conseguinte, quando o comércio afectar esses preços, afectará, também, as taxas de desflorestação. Se a liberalização do comércio fizer subir os preços agrícolas locais, a desflorestação aumentará. Mas, se a liberalização do comércio conduzir a reduções dos preços agrícolas locais, a desflorestação diminuirá. É uma cifra comercial muito simples de perceber. Fazendo aqui este desenho, fica na imagem que o comércio pode, potencialmente, aumentar ou diminuir a desflorestação.Contudo, importa frisar que cerca de 39% de todas as emissões de carbono de origem humana provêm do sector florestal. O equilíbrio entre a conservação das florestas e a desflorestação pode alterar as actividades do sector florestal de uma solução para um problema e vice-versa. As autoridades angolanas podem começar a obter uma visão ambiental futurista. Ao desenvolver a estratégia, o que o Estado deve, igualmente, fazer? Pode ouvir cada vez mais os representantes municipais, industriais e empresários na partilha de ideias sobre o desenvolvimento do plano técnico florestal.Sendo assim, é inevitável a promoção, gestão, sustentável e o reforço do sistema florestal direccionar a realização de investigação aplicada no apoio às equipas de planeamento da gestão florestal, desenvolver e reforçar as parcerias, colocar mais madeira para ser trabalhada, reduzir os encargos regulamentares para a indústria no acesso à madeira, investir em tecnologias mais recentes para melhorar a qualidade da informação de inventário e proporcionar segurança no abastecimento de madeira.Não é difícil perceber que a maximização da utilização dos derivados serve a cadeia. Como? Com a realização de investimentos estratégicos em estradas de acesso florestal, revisão dos custos da energia, modernizar os processos de aprovação da gestão florestal. Há, igualmente, a fomentação à inovação dos mercados, aumentar o sector com programas educativos e de formação, permitir as pequenas e médias empresas ao acesso a mercados de exportação de madeira.
Um sector florestal forte é essencial para criar prosperidade para as províncias de Angola, especialmente para as populações das zonas rurais. Estamos a tomar medidas para reduzir as barreiras que impedem as empresas de tirar pleno partido do enorme potencial do sector florestal? Para tal, devemos assegurar, simultaneamente, padrões elevados de gestão. Uma estratégia provincial ajudará a proteger os empregos existentes e a criar novos, ajudando a inovar e a atrair investimentos, garantindo um futuro para as comunidades e para as famílias que dependem da indústria.
O Estado tem a missão de promover, cada vez mais, mesas-redondas em todas as províncias, com potencial na gestão florestal de madeira. Por que não recolher informações da indústria, através de um inquérito em linha e por e-mail? Na mesma senda, os Ministérios do Comércio e Indústria e da Agricultura necessitam de uma articulação mais profunda e precisa para assegurar que as actuais lacunas e questões do sector sejam consideradas abordadas e incorporadas.
Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) apoia os países no desenvolvimento do comércio sustentável de produtos florestais, para que os membros emergentes obtenham um melhor acesso às análises quantitativas e qualitativas sobre questões de comércio e comercialização de produtos florestais, incluindo direitos aduaneiros, obstáculos ao acesso ao mercado e outras restrições comerciais.
O sector privado beneficia, igualmente, de forma ajustada de uma cobertura ampla e de interpretação estruturada das estatísticas do comércio de produtos florestais e um maior grau de transparência do mercado que alimenta a tomada de decisões no domínio florestal. É evidente que os produtores nacionais estão desactualizados em matéria de certificação florestal e verificação da legalidade para compreenderem as suas implicações no comércio de produtos florestais e no acesso ao mercado e à promoção dos produtos.
Fica o recado que, num mundo desafiador, o consumo de produtos florestais continuará a aumentar.
*Técnico de Comércio Externo