No entanto, cada país tem a sua história e está condicionado a questões específicas que concorrem para o seu sucesso ou fracasso. Vários estudos empíricos não foram conclusivos sobre as razões do (in) sucesso da estratégia nesses países.

O mais citado argumento da estratégia de substituição das importações é o da indústria nascente, segundo o qual nos países em desenvolvimento os "novos" sectores não podem, em princípio, concorrer com aqueles mais sólidos dos países desenvolvidos. Na prática, é difícil avaliar quais os sectores realmente justificam um tratamento especial, sob risco de distorção, da política, por interesses particulares.

No entanto, a política acarreta armadilhas que sugerem cautelas na sua adopção, nomeadamente: não é recomendável intervir hoje em sectores que terão uma vantagem comparativa futura; a protecção não é benéfica, a não ser que ela (pela apropriabilidade ou outra razão) por si ajude a tornar o sector competitivo.

Por cá, a ideia faz-se mossa com a aposta, a jusante, no sector agrícola, que poderá permitir a reintegração do sector dos têxteis (a inauguração da Fábrica Têxtil evidencia essa estratégia voltada para dentro).

De todo o modo, a estratégia da industrialização pela substituição poderá levar à desfasagem se o País não tiver vantagem comparativa nesse sector, trabalho qualificado, competência gerencial e organização social. Igualmente, problemas como a desigualdade de renda e o desemprego poderão agravar, uma vez que ela não permite a produção a uma escala eficiente, porque concentra toda a sua produção no mercado doméstico.

Ora se a ideia é Angola - um exportador de produtos de baixo valor agregado e alta volatilidade/preço - estar mais integrada no mercado da Comunidade Desenvolvimento da África Austral (SADC) e apresentar oferta de bens e serviços a preços competitivos não faz sentido marginalizarmos a substituição das exportações, sobretudo em tempos que o desenvolvimento tecnológico permite "queimar" etapas do ciclo evolutivo dos países e, a médio-prazo, tornar-se num exportador de produtos manufacturados. Essa premissa ocorrerá se absorvermos todos os transbordamento que a tecnologia nos oferece com a virtude do comércio relativamente livre e uma política económica pouco interventiva.

Especula-se, limitação de estudo na área é evidente, que a produção em escala no País pode estar condicionada com o problema de eficiência, sendo que a estratégia de substituição das exportações permite a especialização na produção e exportação e a exportação de uma gama limitada de produtos, pondo em evidência o princípio da vantagem comparativa.

(Re)lembrar que, em economias voltadas para dentro o grau de sucesso é residual, e que, entretanto, o padrão de vida se eleva quando há abertura de mercado