A carreira diplomática é uma das mais nobres e gratificantes formas de servir o País. A diplomacia está também nos detalhes, no rigor e na excelência. Nesta "arte do possível", o nosso escriba vai dando subsídios valiosos para as diplomacias angolana e internacional. Conheci o embaixador em Nova Delhi, em 2020, na altura em que ele era o chefe da missão diplomática angolana na Índia, foi o início de uma relação de amizade e de respeito mútuo. Cada vez que eu estivesse em Nova Delhi, ele arranjava sempre um espaço na sua agenda para o nosso encontro.
O embaixador Bravo é dos poucos diplomatas da sua geração que escrevem com regularidade para um jornal angolano, faz um importante exercício de memória, e cada texto seu está enquadrado num contexto histórico único. Os encontros com ele em Nova Delhi aumentaram o meu interesse, conhecimento e visão sobre a diplomacia. A ideia de reunir em livro os seus artigos acaba por dar-me um novo alento e alegria de perceber que cada um de nós terá a oportunidade de ler os textos dele num único livro. Sinto-me honrado por ter no NJ colunistas de nível e de grande qualidade.
A opinião é um elemento que agrega bastante valor ao nosso jornal, e reconheço que todos eles têm partilhado connosco e com os leitores artigos de elevada qualidade. Este editorial é uma forma de manifestar, verdadeiramente, a minha gratidão pela contribuição permanente que nos têm dado. Todos sem excepção. Ainda nesta edição, o embaixador Bravo consegue surpreender-me com a publicação de um texto sobre certos episódios marcantes e importantes da nossa independência, soberania e integridade territorial. É muito daquilo que tem habituado os leitores ao longo destes 13 anos de colaboração permanente e profícua com este jornal.
Diplomatas são pessoas que estabelecem diálogos entre países para solucionar problemas em vez de utilizar a força, a ameaça e a hostilidade. A diplomacia é paciente, ela não impõe, ela convence. Estes olhares, estas abordagens e visão diplomática do nosso embaixador Bravo são documentos únicos e que ele, de forma pedagógica e até mesmo inteligente, tem partilhado connosco. Que este exercício estimule outros colegas seus a partilhar com o público as suas memórias! Que deixem aqui os seus olhares e visões diplomáticas! Gosto da sua coragem, ousadia, da sua pedagogia e do seu compromisso com a Pátria.
Em 42 anos de carreira diplomática, o nosso amigo Bravo encontra, nas páginas do NJ, um espaço privilegiado para partilhar conhecimento e agregar valores. Sabe ele que tem sempre em mim e no Dr. Carlos Feijó dois dos maiores apreciadores dos seus textos, destas suas inéditas incursões pela história da diplomacia angolana.
Estes "olhares diplomáticos" do embaixador Manuel Eduardo Bravo são conteúdos de leitura obrigatória e de consulta permanente. Quem diria que a Guiana esteve ligada à Operação Carlota, a tal que foi responsável pelo envio de tropas cubanas ao nosso País? Das relações da Guiana com Cuba e Angola? Só mesmo estes olhares e visões diplomáticas do nosso amigo embaixador e colaborador. Obrigado pela colaboração, pelo diálogo, pelas lições e olhares diplomáticos!
Os "olhares diplomáticos" do embaixador Manuel Eduardo Bravo
Manuel Eduardo Bravo é, actualmente, o embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na República Federativa do Brasil, escreve para o NJ desde 2011, a convite do amigo e antigo director desse órgão, o saudoso Gustavo Costa. Em 13 anos de colaboração, o diplomata tem partilhado com o NJ e os leitores conteúdos de elevada qualidade, história, política, social e cultural. Estes seus "olhares diplomáticos" são um verdadeiro exemplo de diplomacia que agrega valores e são muito pedagógicos. Tem a capacidade de nos surpreender com o rigor, análise e descrição dos factos, muitos deles vividos na primeira pessoa. É um diplomata que partilha as suas experiências e vivências, um homem que aborda sem reservas esses seus encontros com a História.
