Essa fuga de cérebros, como é conhecida, representa um enorme desafio e perda para Angola. O investimento feito na formação desses jovens, muitas vezes com recursos escassos, é desperdiçado quando eles não retornam para colocar seus conhecimentos e habilidades a serviço do país. Os recursos investidos parecem evaporar como água no deserto do Namibe.

As causas para esta fuga, e o não regresso, incluem a falta de oportunidades de trabalho e um adequado programa de recepção de quadros. A taxa de desemprego, especialmente entre jovens qualificados, é alta. Isso significa que muitos bolseiros que retornam ao país não conseguem encontrar empregos adequados à sua formação e experiência. Outra causa são os baixos salários, pois, mesmo quando conseguem encontrar trabalho, os salários são muito mais baixos do que em países desenvolvidos. Isso torna difícil para os bolseiros pagarem suas contas, sustentarem suas famílias e manterem o mesmo padrão de vida que tinham no exterior. Angola ainda carece ainda de infra-estrutura adequada em áreas como saúde, educação e segurança. Isso pode tornar a vida difícil para os bolseiros que retornam, especialmente aqueles com famílias.

Numa altura em que são mencionadas mais 50 mil bolsas de estudo não se pode descurar o Investimento na criação de empregos decentes e bem remunerados, a implementação de um salário mínimo digno e um processo claro acompanhamento dos vários bolseiros.

Enquanto essas medidas não forem tomadas, o êxodo de cérebros continuará a ser um problema grave para Angola e o dinheiro das bolsas vai beneficiar os países que os acolhem. É importante lembrar que os estudantes bolseiros representam um enorme potencial para o desenvolvimento do país. Investir neles e criar condições para o seu retorno é fundamental para o futuro de Angola.