Hoje, no meu trabalho, não esqueço o que aprendi como jornalista, como dizem nas redacções: "o bicho ficou". E foi essa voz que me fez aceitar o grande desafio da direcção do Novo Jornal, de voltar a uma redacção, para ser "Directora por uma Semana". No momento da visita guiada à redacção do Novo Jornal, vieram-me as lembranças da nossa redacção da Ecclésia, os grandes momentos, bons e menos bons ali vividos.
Esta edição do NJ é alusiva às comemorações do 8 de Março. É um reconhecimento à luta das mulheres pelo exercício dos direitos em condições iguais e contra a discriminação baseada no género. A comemoração, este ano, tem como lema "Mulheres líderes por um futuro igualitário que enfrenta a pandemia da Covid-19". As mulheres estão, na primeira linha, como trabalhadoras de saúde, assistentes sociais, professoras, educadoras, estão também entre as que lideram os melhores exemplos de combate à pandemia da Covid-19. Esta crise sanitária demonstra a importância da contribuição das mulheres com as cargas horárias desproporcionais. Enfrentam o aumento da violência doméstica, as tarefas de cuidados não remunerados, o surgimento de novos obstáculos que limitam a sua participação.
Nesta perspectiva, e olhando para o trabalho de promoção, defesa e protecção dos Direitos Humanos, em geral, e das mulheres, em particular, pergunto-me: E porque não falar de um pacto de e entre mulheres? Pelo exercício pleno dos direitos humanos das mulheres, por uma vida sem medo, sem limitações. Um pacto em que juntas possamos ajudar outras mulheres a desenvolverem-se; um pacto pelo fim dos maus tratos, abusos, feminicidios e todos os tipos de violência baseada no género. Em definitivo, falemos da sororidade/solidariedade feminina, da união e usemos o grande alto-falante dos media, para que a voz de todas as mulheres, juntas, apoiando umas às outras, seja ouvida e compreendida. Um pacto de como mulheres e homens constroem a sociedade baseada no respeito, na igualdade e equidade de género.
Nesta edição de homenagem à Mulher, o Novo Jornal traz à estampa notícias viradas para o feminino.O Novo Jornal, no seu projecto de incorporação de estagiários, contratou jovens mulheres jornalistas que, com certeza, serão destaques, pela positiva, nos próximos anos.
No Especial Informação, vamos olhar para a experiência e visão no feminino, o potencial que tem e que pode ter, o Investimento e Empoderamento da Mulher, não como falácia, usando exemplos bem conseguidos de como podemos chegar lá.
Aos leitores do Novo Jornal, espero que apreciem as matérias desta edição. Foi uma honra, para mim, ser a quinta Directora da Semana.
Estamos no e com o NJ.
Como na filosofia Ubuntu, eu sou porque nós somos.